"Ser ou não ser, eis a questão", assim se expressava Hamlet, no início de seu monólogo na peça "A tragédia de Hamlet, o príncipe da Dinamarca" de William Shakespeare. Essa expressão, está ligada na busca de se encontrar, de se ver, se perceber. Quem sou eu? Quem é você? Pense somente nesta existência. Você é o feto em desenvolvimento, o bebê no colo, a criança que corre e se diverte, o adolescente que descobre o mundo, o jovem que se lança para a vida, o adulto que vivencia tudo o que acredita e conquistou, ou não, o idoso que continua em sua jornada de crescimento e desenvolvimento consigo mesmo. Em que fase você está? Dependendo de onde você se encontra nesta linha de desenvolvimento, suas percepções sobre a vida serão bem distintas. Se no início, o futuro lhe sorri, se mais para o final, a dúvida pode tomar teu ser, pois a tendência é olhar para trás e não para frente; se no meio da experiência de vida, procuramos manter as conquistas ou consolidá-las. Ser está entrelaçado com o tempo e a forma como nos percebemos. Somos todas as experiências em nós mesmos, inclusive as de outras existências. Temos o esquecimento do passado, mas estão presentes em nós, da mesma forma como não lembramos de todos os acontecimentos que vivenciamos ao longo da vida presente. Lembramos de alguns fatos, os marcantes, sejam bons ou não, estão presentes no campo de percepção. O tempo passa e nós passamos juntamente com ele, sempre vivendo o momento presente, que será passado num próximo instante futuro que se torna presente no momento que chega. Aproveitarmos as experiências do passado para aprendizado, vivê-las no momento presente com mais maturidade e consciência, construindo um futuro de paz e harmonia. Quanto mais alinhados com um fluxo de aprendizados e compreensão sobre como passamos pela vida, poderemos ter a capacidade de navegar com tranquilidade, caso contrário, teremos turbulência ao longo do caminho. A tendência da maioria das pessoas é de negar que a vida pode trazer sofrimento e dificuldades. O grande salto de compreensão está em compreender que estamos aqui justamente por um motivo, o de crescimento e evolução. Este processo é irresistível, nos arrasta para além de nossos limites pessoais, nos coloca em situações onde teremos de desenvolver alguma outra forma de compreensão pelo que passamos com o intuito de buscar solução para nossas dificuldades e problemas. Portanto, se somos inconscientes ainda do processo de crescimento, buscando sempre a zona de conforto, teremos atribulações para poder sacar do mais profundo de nosso ser, o que não interessa mais, os lixos, as sombras, a ignorância. No final do processo teremos consciência, isso significa que teremos luz interior, seremos conscientes de nossa busca. Neste momento, não precisaremos dos problemas para nos acordar para o caminho do desenvolvimento, estaremos conscientes, estaremos despertos em nossa caminhada. Use as suas dificuldades e problemas como degrau que te eleva a um patamar maior e não como parede que impede o desenvolvimento para melhor. Enquanto estacionar na experiência dolorosa, o tempo para, a vida segue e estaremos fora de sintonia com a harmonia. Neste caso o tempo será o melhor elemento, pois chegará num ponto que não suportaremos mais ficar no mesmo lugar, as coisas perderam sentido em serem monótonas, desejamos ares novos, queremos sim de volta a paz, o amor e a felicidade. Estamos muito bem acompanhados nessa jornada, caminhamos com a escolta de valorosos amigos invisíveis e anônimos, que nos amparam e sustentam, principalmente nos momentos mais difíceis. Não nos tiram os problemas das costas, mas garantem que nada além do que precisamos passar, aconteça. O trabalho é de cada um. Faça o possível para poder vencer as barreiras das dificuldades e se sair vitorioso contigo mesmo. Esse é nosso papel na existência material, para isso viemos, para isso estamos aqui. Ricardo Seixas

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