Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas? perguntou Allan Kardec aos Espíritos superiores. E eles responderam: “Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais que as palavras”.1 O maior exemplo de perdão que o ser humano conhece é o de Jesus no Calvário. Humilhado, ferido, agredido injustamente, inaugurou uma Nova Era para a Humanidade, pronunciando as sublimes palavras: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!” (Lucas, 23:34). Ensinou-nos, com este gesto, que quem perdoa de forma autêntica se liberta, uma vez que quebra o círculo vicioso do ódio e da violência que se perpetua na reciprocidade. O perdoado, todavia, continuará carregando consigo a responsabilidade de reparar os seus erros se quiser libertar-se, também. Em um mundo que se pretende ser de Regeneração, a prática do perdão é de fundamental importância, pois é a maneira pela qual se lança um véu sobre o passado, de forma definitiva, para que esses hábitos infelizes não venham a prejudicar o ambiente de harmonia e de fraternidade que se pretende construir entre os seres humanos, e que se faz necessário para concretizar a previsão de Jesus, exposta no Sermão do Monte, de que “os mansos possuirão a Terra” (Mateus, 5:5). Oportunas, portanto, as palavras de Simeão: “Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. [...] Cuidai, portanto, de os expungir [os pensamentos] de todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo”.

Referencias:  Reformador • Novembro 2011 1 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 661. 2.

O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 130. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 10, it. 14

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