Ninguém se destrói ante a morte. A vida é imortal. O nosso
corpo é roupagem gasta em transformação. Quando preenche a sua finalidade para
a qual foi gerado; o espírito que nele habita: Liberta-se. Pois, é justo que
liberte o espírito que lhe sofre o comprometimento e o desgaste. A verdadeira
vida é a do espírito, ilimitado. Enquanto a do corpo (matéria) se assinala pela
sua transitoriedade, com limites e possibilidades, cujo objetivo é crescer e
evoluir. Muitas pessoas consideram a “morte” como uma verdadeira desgraça,
quando na realidade, morrer, não é finar-se ou consumir-se, mas libertar-se
deste envoltório chamado: Corpo.
O ser deste pequeno é preparado para conviver no mundo, mas ninguém o prepara
para enfrentar a “morte”, pois acham que este momento nunca chegará, e se
enganam; porque ela não tem tempo, nem hora, nem local para chegar, porque é
imprevista, e ninguém pode dizer ao certo quando será. Cabendo à Doutrina
Espírita, a preparação do ser para as circunstâncias nem sempre agradáveis na vida
das pessoas. Mostrando-lhes o caminho redentor da conformação, ensinando-lhe
que cada um é o construtor do seu próprio destino, recebendo conforme produziu,
conscientizando-o para as responsabilidades decorrentes dos seus atos.
É por isso que Joanna de Ângelis nos diz: “A dor e o agravo, a angustia e o
desespero, são vigorosas terapêuticas da vida para que o enfermo espiritual
inveterado se preocupe com a cura real e se volte em definitivo para os
elevados objetivos da vida maior, em cujo rumo se encontra desde agora, lá
chegando quando a desencarnação o despir da transitória indumentária em que
marcha tentando a felicidade que só mais tarde alcançará após resgatados os
compromissos atrasados”.
Muitos pensando que a morte é o fim de tudo, não sabem que ela não apaga a
memória, assim como também tudo o que o ser registrou na vida, como: as
experiências, as lembranças, os atos e as ações; antes a aguça, facultando a
lucidez. Desvelando assim todo o mistério, enigmas e causas ocultas, que antes
pareciam inexplicáveis e ininteligíveis, mas com o conhecimento da vida
espiritual tudo se define.
Muitos com medo de morrer, preferem continuar presos a este presídio de dor e
sofrimento, ao invés de lograrem a liberdade de seus espíritos, quando soa a
hora da partida. É quando vemos que não estamos preparados para enfrentá-la.
Porque nos falta o cultivo da prece, a conversação edificante com o alto, o
exercício da meditação e da reflexão dos atos praticados na vida, assim como
também das boas ações. Se assim ocorresse, nos sentiríamos mais fortalecidos;
energias novas vitalizariam e envolveriam o nosso ser, dando e trazendo a paz
que nessa hora tanto necessitamos, assim como aos nossos familiares, para
podermos seguir tranqüilos.
“Não se turbe o vosso coração. – Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas
moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois
vou preparar-vos lugar”. (Jo 14.1-2).
“Assim, recorda os teus mortos, com alegria e ternura, mesmo que isto te pareça
paradoxal”. (Joanna de Ângelis)
Cada ser recebeu de Deus uma arma que se chama: Liberdade. Sabei usá-la.
Autora: Teresa Cristina Soares
Fonte: Publicado 23/05/2010 www.jc.com.br/cidades