“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito e ao próximo com a ti mesmo”.
Mateus: 22,37-39

 
Dentre todos os ensinamentos do Mestre, o mesmo destacou esse como resumo de toda a lei e todos os profetas. É um verdadeiro roteiro de vida para todos nós.

O Cristo também nos lembra em um outro precioso ensinamento, “sois deuses”, ou seja, carregamos em nós a centelha divina, a força criadora, o Eu superior que é nossa verdadeira luz e na qual se encontra toda a plenitude de sabedoria e amor do criador em nós.

Reconhecer que somos mais do que acreditamos ser, é, nos libertar dos sentidos tão voltados para os limitados conceitos materialistas ainda muito cultivados.

Tomar consciência do verdadeiro é, antes de tudo, modificar-se para obter uma visão holística de todo o dinamismo da vida.

Vivemos em um mundo onde, os conceitos de felicidade têm se voltado à satisfação da personalidade humana através de conquistas e sensações direcionadas ao prazer do corpo físico, assim como, da vaidade que causa a necessidade do sentimento de superioridade aparente nos grupos sociais. Temos direcionado o que entendemos de amor a atitudes de posse, controle, medo, ciúme, manipulação alheia, na crença de que assim estaremos plantando a nossa felicidade e a dos nossos entes queridos.

Seguimos, muitas vezes, conceitos, crenças, modelos, tomando como base o comportamento materialista da sociedade em vários campos do comportamento coletivo.

Todo esse cenário nos mostra muitos seres humanos em seus conflitos íntimos, familiares, quando percebemos a insatisfação contínua, a busca desenfreada de alegrias, os sentimentos doentes que se manifestam através de comportamentos depressivos, atitudes impulsivas e compulsivas, desencontros entre casais, pais, filhos e principalmente diante das atitudes causadas pelo fraco caráter social e político.

A maturidade espiritual diante dos ensinamentos do Mestre, nos leva a entender então, que o conceito de amor deve ser modificado tornando-se uma busca incessante do “Deus” que cada um carrega dentro de si.

Conhecendo e aprendendo a amar esse “deus em nós”, para que assim possamos entrar em contato com o manancial de luz e sabedoria divina.

Podemos exercitar esse amor através da educação de nosso ser, de nossa personalidade, pois educar é extrair as sementes de dentro, ou seja, extrair de dentro da nossa centelha divina toda a luz e sabedoria, latentes, em seu baú maravilhoso.

Educando-nos através do conhecimento, podemos modificar nossas atitudes, transformando o imediatismo em perseverança, o pessimismo em novas perspectivas de crescimento, e acima de tudo, compreendendo e aceitando que somos todos iguais em potencialidades, com conhecimentos diferentes, caracterizando cada um no seu grau evolutivo. Assim, com um novo posicionamento diante da vida, saímos da multidão de aflitos, passando a caminhar com o discernimento de quem conhece, a calma de quem confia, a bondade de quem ama, a liberdade de quem sabe que é dono de si mesmo e autor de tudo o que lhe acontece.

Sendo o modelo de amor ao próximo, o amor a nós mesmos, devemos compreender que, amar ao nosso irmão é, antes de tudo, nos fazer melhores seres humanos, para que possamos emitir pensamentos, ações, palavras, sentimentos e atitudes que realmente retratem o “Deus” que está dentro de nós. Amar o nosso próprio ser, construindo atitudes e pensamentos saudáveis que irão provocar uma verdadeira cura em nós.

Nos libertar de males tão comuns como a maledicência, o ciúme, a inveja, a corrupção, o egoísmo, pois passamos a compreender que toda ação gera uma reação em nós mesmos.

Pensando e agindo como seres de luz, modificamos nossa posição, entendendo, pois que, a compreensão de caridade também se torna mais verdadeira e ativa.

Entendemos então, que, o amor é o conhecimento que transforma os sentimentos e a caridade é a ação contínua e natural provocada por esse sentimento vivo em nós.

Passamos a ser, naturalmente, caridosos. Nossas ações se transformam, nossos pensamentos são mais saudáveis, nossas idéias são mais ricas, nossas palavras são mais limpas e nosso ser se torna mais harmônico, nosso caminhar é de calma, confiança e certeza, fazendo-nos ver o outro como irmão, que como nós, está no mesmo caminho e se esse irmão está na dor ou no erro, é por que ainda não descobriu esse maravilhoso tesouro em si mesmo.

A caridade então se manifesta através do perdão que liberta o ser da culpa, das prisões íntimas, provocadas pelos erros passados. A caridade provoca também o sentimento de perdão ao próximo, pois compreendemos a fragilidade que nos é comum e nos leva a atitudes equivocadas, fazendo com que as energias deletérias da mágoa se transformem em fluidos curadores refletindo em nós a saúde integral, da mente e do espírito.

Nossas atitudes passam a ser não mais a da crítica ou do julgamento, mas de auxílio, ajudando os outros a encontrar também esse baú perdido. Atuamos então, levando quando necessário, primeiro o alimento material, pois que, a fome enfraquece o corpo físico, para então, restauradas as energias, possamos indicar a verdadeira fonte de vida, como já o fez o mestre para nos ensinar pelo exemplo.

 

Fonte: O Mensageiro
http://www.omensageiro.com.br/

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