Em algum momento da vida, enquanto crianças, jovens ou adultos, muitos de nós, talvez, já nos tenhamos perguntado se a família que temos é a que realmente merecemos.
Pode ser que tenhamos desejado, mesmo que por um breve instante, ter pais diferentes, mais dedicados e afetuosos.
Pais que, enquanto éramos crianças, tivessem nos carregado mais no colo, que tivessem trabalhado menos e brincado mais.
E que, quando éramos jovens ou mesmo na fase adulta, tivessem valorizado mais nossas conquistas, vibrado mais por cada obstáculo superado ou que tivessem, simplesmente, nos feito mais companhia.
Por vezes, desejamos irmãos que fossem mais companheiros. Quantos de nós não gostaríamos de ter um irmão que enfrentasse o mundo para nos defender?
Com a maturidade e o desenvolvimento moral, é de se esperar que mudemos um pouco esses questionamentos.
Ao invés de cobranças, perguntemos a nós mesmos quanto de afeto nossos pais receberam na infância. Será que tiveram uma infância feliz? Será que foram cercados da devida atenção, de compreensão e carinho?
Será que, quando jovens, eles tiveram pais que se fizeram presentes? Quais dificuldades afetivas ou materiais tiveram que superar?
Levemos em consideração que, talvez, eles tenham feito o melhor que puderam. Por mais que possa parecer pouco o que fizeram por nós, filhos, talvez esse pouco que nos ofertaram, seja muito mais do que um dia receberam.
Talvez eles tenham superado a si mesmos, tenham vencido obstáculos invisíveis para tentarem ser melhores pais.
Como filhos, temos deveres intransferíveis para com nossos genitores. Toda gratidão, carinho, afeição e respeito são pouco para retribuir o que fizeram por nós.
Eles nos deram a oportunidade do renascimento na carne, a assistência desde antes do berço e a grandeza de gestos de sacrifício e abnegação.
A nossa ingratidão para com os pais é um dos mais graves enganos que o Espírito pode cometer no caminho evolutivo. Devemos amar e respeitar os nossos genitores.
Em relação aos pais que fugiram à responsabilidade, nós, filhos, não devemos julgá-los com severidade. Sejamos tolerantes e compreensivos. Se fracassaram, um dia reconhecerão o erro e terão oportunidade de repará-lo.
* * *
Renascemos na família de que se tem necessidade e nem sempre naquela que se gostaria. Os afetos e desafetos são instrumentos para nossa própria evolução.
Enquanto nossos pais estiverem fortes, sejamos a companhia e a jovialidade. Quando fracos, sejamos a proteção e o socorro. Quando sadios, ofertemos-lhes a alegria. Quando enfermos, ofereçamos-lhes o sustento e a assistência.* * *
Busca crescer com a tua família e dá-lhe a mão enquanto possas. Envolve teus pais no carinho, gratidão e paciência. Oferta aos teus irmãos tolerância e respeito.
Seja qual for o lar em que te encontres, se não fores compreendido ou amado, esforça-te para amar e compreender.
Nos momentos de dificuldade, ora e, com certeza, contarás com o auxílio Divino e a proteção dos Guias espirituais.
Aproveita a família consanguínea pois ela é a oportunidade de luta e progresso ofertada pelo Criador.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O adolescente diante da família, do livro Adolescência e vida, e no cap. 17 do livro Leis morais da vida, ambos pelo Espírito Joanna de Ãngelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
http://www.momento.com.br