Quero trazer neste texto algumas referências sobre o enfrentamento de problemas de ordem emocional. Em minha experiência nos atendimentos, percebo nitidamente as dificuldades de um grande número de pessoas para conseguirem a resolução dessas questões. Mesmo num processo de acompanhamento terapêutico, se o cliente não tiver a disponibilidade de superação, dificilmente conseguirá obter resultados expressivos. Claro que, quando existe o sofrimento presente na vida, procuramos fazer de tudo para resolver ou afastar o que incomoda, até mesmo largar a terapia. Ocorre com frequência a fuga do problema vivido ou a desistência de procurar uma solução por sentir-se impotente, fraco ou por achar que não consegue superar as dificuldades que promovem o sofrimento. Outro ponto importante nesse tema, é a busca de soluções milagrosas, como uma pílula mágica que resolva todos os problemas sem grandes esforços. Ledo engano, pois, dependendo dos assuntos e situações envolvidas numa questão importante como essa, pode ser que a busca por soluções imediatas adiem para longe a tal desejada resolução das dificuldades. Encarar fatos e a realidade pode ser algo muito difícil. A saída está no problema, isto é, será através da situação difícil que pode-se encontrar respostas e, principalmente, mais consciência sobre si mesmo. Encarar uma situação, como a que nos mobiliza profundamente, não é para qualquer pessoa. Desta maneira podemos compreender que as dores e as dificuldades na vida têm um papel importante em nosso processo de desenvolvimento pessoal, funcionam como despertadores e sinalizadores. Faz com que despertemos para a realidade e mudemos os comportamentos que não ajudam, sinalizam que alguma coisa deve ser feita, para poder corrigir o rumo da vida. Mudanças de comportamentos e correção de rotas, são as consequências quando temos a real intenção de buscar um crescimento pessoal, aproveitando todas as situações vivenciadas da existência, inclusive os momentos que trazem incômodos e dor.
A dor e sofrimento são resultados de uma forma imatura e equivocada de ver o mundo e de uma postura fora de sintonia com a essência de cada um. Fruto da ignorância, no sentido de não saber, de não conhecer, de não compreender e não poder ver de uma forma diferente além das próprias limitações, estas experiências são os melhores instrumentos para propagar a consciência naquele que passa pelos desafios. Somos mais fortes depois de momentos difíceis. Estamos numa escola planetária que conhecemos pelo nome de Terra, que abriga hoje, aproximadamente 7,8 bilhões de espíritos encarnados, nem todos no mesmo grau evolutivo, mas convivendo em sociedade planetária, com o intuito de aproveitar a experiência individual e coletiva. A esperança de cada um é a de que possamos aproveitar tais experiências, o máximo possível, pois, o que está em jogo é nossa própria felicidade.
Não é o fato de que experiências difíceis colaborem com o desenvolvimento para mais consciência e maior compreensão sobre si mesmo e pela vida, que devemos buscar o sofrimento, não é necessário. Basta passarmos por aquilo que se apresenta no caminho, já é o suficiente para resolvermos as situações que estamos envolvidos.
Jesus fala deste planeta, local de choro e ranger de dentes, justamente como criação coletiva de espíritos pouco afeitos à luz e ao entendimento superior. Estamos aqui justamente para podermos crescer em consciência, através de todas as experiências vividas ao longo de nossa jornada evolutiva. Talvez não seja uma tarefa das mais fáceis, a de agradecer a Deus por tudo que temos em nossa vida, inclusive as dificuldades e problemas a serem superados. Encarar de uma maneira contributiva o que nos faz sofrer é um indício de maior maturidade e lucidez espiritual. Quanto mais nos indignamos com uma visão como essa, de sermos gratos por tudo, revela uma dificuldade de compreensão e de poder ver a vida sob o prisma que a espiritualidade procura nos ajudar a ver.
Sempre grato pelos momentos de desafio, pelos momentos de superação, por todo o processo educativo que nos faz trazer para o caminho da consciência.
Ricardo Seixas
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Mensageiro Fraterno - Ricardo Seixas
31/07/2021 19H56