Quando temos em mente a reencarnação, precisamos compreender bem o sentido de uma vida na matéria. Temos objetivos claros para viver no corpo físico, certamente que não é para passar o tempo. Nossos propósitos de uma existência material se dá por desejo de crescimento íntimo e desenvolvimento de consciência sobre nós mesmos.
A cada experiência aqui vivida, temos uma série de aprendizados, únicos e distintos, inerentes a cada situação que intrinsecamente trás peculiaridades e especificidades para o que precisa ser mobilizado intimamente em nossa constituição espiritual. Lembre-se de que estou me referindo a nós mesmos, nós os espíritos, lembrando que não temos um espírito, temos um corpo.
Percebo que fica evidente alguns detalhes, quando estudado mais detidamente, nossa passagem pela matéria e a passagem de Jesus por estas bandas, do lado de cá. Alguns temas se apresentam na experiência comum. Destaco dois itens específicos que entramos em contato no nível de aprendizado que nos encontramos. No universo existem outros núcleos de aprendizados, não somos exclusivos, há outras escolas distribuídas pelo universo, outros centros de aprendizados, não somente o planeta Terra.
Quero chamar a atenção para dois itens que se apresentam, talvez não tão nitidamente como sendo um aprendizado em comum, mas que, com um pouco mais de reflexão sobre o assunto, podemos desenvolver melhor uma ideia sobre o tema, as lições deste planeta.
Por observação e estudo, percebo que temos em nosso orbe dois aprendizados bem significativos, que determinam outras experiências, tão importantes e de maneira a atender necessidades específicas, como paciência, humildade, posicionamento, bondade, amor, respeito, caráter, etc, mas que estes dois se apresentam como se fossem linhas de base, ou melhor dizendo, isso preciso aprender para poder desenvolver as outras experiências de uma maneira mais madura e elevada.
O primeiro é aprender a lidar com o desapego. Perceba que temos, desde o nascimento, situações que nos colocam numa sequência de ciclos que se apresentam na jornada planetária. Para cada ciclo temos um início e um fim. Terminando um ciclo, imediatamente inicia-se outro. Desta forma podemos compreender que, quando saímos do ventre de nossa mãe, um mundo nos espera e ansiamos pelo mundo, da mesma maneira.
Primeiro desapego, relativo ao ventre da mãe. Claro que não temos consciência desse processo, mas impositivamente isso deve acontecer, pois, se não houver desapego do bebê pelo útero, ou da mãe pelo bebê no ventre, ambos morrerão. Desapego inicial do bebê e mais um na trajetória da mãe. Deste ponto em diante, para a criança, uma série de aprendizados vêm na sequência, fazendo parte do processo de desenvolvimento e amadurecimento. Logo após o nascimento, a criança ganha um berço, roupas, chupeta, fraldas, mamadeira e tantas outras coisas. Quando de seu desenvolvimento, a criança cresce e não precisa mais desses primeiros elementos que foram úteis anteriormente, agora fazendo parte da tenra história de sua jornada material. E mais uma vez, se não tiver o desapego da mamadeira, da fralda, do berço, esta criança terá atrasos importantes, comprometendo seriamente seu desenvolvimento emocional e cognitivo. Podemos analisar oportunamente o papel dos pais nesse processo, de importância significativa, também interferem nessa sucessão do crescimento da criança.
Nossos ciclos vão se desenvolvendo desta forma, precisamos desapegar de algumas coisas dos anteriores para seguirmos em frente na caminhada. Quando tivermos dificuldades, vamos pedir ajuda, pois não evoluímos se não realizarmos os desapegos necessários; até que venha a maior lição de desapego de todas, a desencarnação, onde neste momento, deixaremos absolutamente tudo que for externo a nós mesmos, inclusive o corpo material. Cuide bem de suas emoções relacionadas ao apego e desapego, essa a primeira tarefa. Na próxima semana trarei o segundo ponto. Um passo por vez bem dado, trará a certeza de uma jornada mais segura e repleta de conquistas e verdades.
Talvez não seja assim tão fácil realizarmos alguns desapegos, mas se estão em nosso caminho, existe um motivo muito pertinente e razão para aí estarem. O que fazer? Crescer com tudo o que nos visita e precisa sair de nossa vida, aprender a deixar ir.
Ricardo Seixas
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