É de conhecimento do espírita, de modo geral, que a
Doutrina dos Imortais é a resposta, a materialização tão aguardada do
Consolador Prometido, predição realizada pelo Cristo há dois mil anos, conforme
consta nos Evangelhos.
Este fato, entretanto, nem sempre é bem percebido,
é preciso observar os postulados espíritas com atenção para não só se convencer
desta verdade, bem como se capacitar para explicar os fundamentos desta
consolação àqueles não comungando os princípios de nossa crença, uma vez que
outros se candidatam também a esta posição de Consolador Prometido.
Para facilitar a aquisição e consolidação deste
entendimento, podemos elencar algumas razões demonstrando, cremos,
inequivocamente, ser a prática e o conhecimento do Espiritismo, com certeza
confortadores. Vejamos algumas:
- A concepção da divindade segundo a Doutrina é sem
dúvida muito alentadora, ao ratificar a proposta do Rabi da Galileia quando
este se referiu a Deus como um Pai, amoroso e misericordioso. É de se esperar
que um pai não abandone seus filhos em tempo algum, mesmo nos casos em que
estes estiverem vivendo distantes de suas orientações, agindo, desta forma, com
prejuízo aos semelhantes e a si mesmos. Lembremos, somos todos filhos pródigos;
- Ao ensinar sobre a inexistência de um Céu e de um
Inferno, definitivos, absolutos, abrigando almas eleitas, por um lado;
pecadoras, do outro, nos oferece um verdadeiro bálsamo. Esta verdade apontada
pela Doutrina é animadora, pois, efetivamente não importa qual falta tenha o
homem cometido, este terá inúmeras chances de se redimir, eximindo-se de ser
alcançado pelas penas eternas, conforme proposto por outras correntes de
pensamento. Destinados estamos a, sem exceção, adquirir relativa perfeição
possível de ser adquirida, uma das poucas fatalidades nas leis divinas. É de se
observar, porém, que céus e infernos, já os vivemos, podemos estar vivendo e
viveremos por longo tempo, com certeza, basta estar agora, nesta vida, próximos
- céu -, ou distantes - inferno - da lei de Deus, seja em pensamentos ou ações;
- Revivendo o conceito da reencarnação, da
Palingenesia, ou seja, a possibilidade das muitas vidas nos traz um efetivo
refrigério. Dizemos revivendo, porquanto esta lei divina sempre existiu e era
bem entendida e aceita no passado, não é criação do Espiritismo. Este princípio
divinal dá novo alento àquele hoje em sofrimento, físico ou moral, em razão do
sofredor ganhar confiança de que todos os seus males terão um termo e, mesmo
que não consiga alcançar o seu fim nesta existência, terá outras, muitas, para
alcançar a felicidade tão almejada, além disto, ajuda a entender que há uma
causa justa e um fim útil para todas as dores;
- Explicando que as dificuldades experimentadas no
momento, sejam elas de qualquer ordem, são todas resultantes de nossas ações
passadas - construídas em vidas anteriores - ou mesmo presentes - desta vida
atual -, não existindo injustiças, tampouco privilégios no ordenamento divino,
também é um lenitivo para nossas mentes e corações. Isto posto, cabe-nos
trabalhar para superá-las, mais hoje, mais amanhã, jamais desanimando,
crendo-nos esquecidos de Deus. Ninguém sofre por acaso;
- Através da mediunidade, faculdade que sempre
existiu em nossas civilizações, mas, agora, pela luz da Doutrina, ganhou corpo
através das bem documentadas comunicações dos chamados mortos tão bem
registradas pelo Codificador, abre-se um leque de possibilidades para alívio de
todos. A mediunidade facilita o convencimento da própria imortalidade, passamos
a ter uma visão muito mais ampla de nossa particular vida, descortinando
igualmente a oportunidade de obter notícias, entrar em contato, quando assim
permitido, com nossos afeiçoados que nos antecederam na jornada à vida
verdadeira;
- O Universo ganha utilidade e função e nos
conforta quando a Doutrina informa que todos os mundos são habitados e mesmo os
espaços existentes entres estes astros estão repletos de vida, ou seja, há
vida, e vida em abundância. Pode-se agora olhar para as estrelas e se sentir
parte deste cenário deslumbrante, criação do Deus único, uma vez que poderemos
ter vivido em outros mundos e, certamente, viveremos em tantos outros;
- Finalmente, mas não que tenhamos esgotado todos
os fundamentos reconfortantes fornecidos pela Doutrina, podemos lembrar o
capítulo das obsessões, atordoando e “infernizando” aqueles que por elas estão
dominados e se veem sem horizonte para livrarem-se delas. Esclarece o
Espiritismo que estas entidades atuando hoje de modo negativo, perturbando a
vida de muitos, nada mais são do que outros filhos do mesmo Pai, criados da
mesma forma, contudo, encontrando-se por hora em desequilíbrio, porquanto não
se prepararam para morrer, mal viveram e agora colhem os frutos amargos de seus
posicionamentos “pecaminosos”. Todos os chamados obsessores deixarão de sê-lo,
tão logo saiam da faixa de ignorância em que permanecem, passando a enxergar a
existência de forma construtiva. E mais, o Espiritismo orienta que cabe a nós
mesmos acelerar o termo destes processos obsessivos mudando o nosso modo de
viver agora, pautando as nossas ações sempre pelas leis imutáveis e
confortadoras do Deus piedoso e misericordioso.
Se o leitor, após a leitura deste brevíssimo
relato, teve a sua atenção despertada para conhecer melhor os princípios
espíritas, convidamo-lo ao estudo desta Doutrina para maravilhar-se também com
as outras incontáveis explicações e orientações contidas em suas inúmeras
obras. Estudando-as com cuidado e zelo, descobrirá também respostas aos porquês
da vida, tais como: Por que nascemos? De onde viemos? Por que morremos?
Dê preferência às cinco obras fundamentais1 codificadas
pelo Sábio de Lyon, Allan Kardec, e, aos poucos, se aprofunde em outras
literaturas espíritas, todas trazidas para nos ensinar a bem viver conforme os
postulados deste Deus que nada mais deseja do que a nossa integral felicidade.
1 Nota: são cinco as
obras fundamentais de Allan Kardec – O Livro dos Espíritos; O
Livro dos Médiuns; O Evangelho segundo o Espiritismo; O
Céu e o Inferno; A Gênese.
Autor: Rogério Miguez
www.oconsolador.com.br
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