Em belíssima mensagem, intitulada A Manjedoura, Emmanuel, nos transmite importantes ensinamentos quando afirma:

As comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos. A Manjedoura foi o Caminho. A exemplificação era a Verdade. O Calvário constituía a Vida. Sem o Caminho, o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida.1

As comemorações do Natal é oportunidade para fazermos sincera reflexão a respeito da mensagem que Jesus nos transmitiu há mais de dois mil anos. E, neste processo, uma indagação surge, naturalmente: Por que temos tanta dificuldade em vivenciar os ensinamentos do Mestre?

Ainda que estejamos anos-luz da angelitude, constatamos que já conquistamos suficientes recursos intelectuais e morais para assimilar o Evangelho, vivenciando as suas lições. Além do mais, a Doutrina Espírita nos oferece um apoio inestimável. Em outras palavras, temos os meios disponíveis para nos transformarmos, efetivamente, em criaturas melhores. Contudo, permanecemos marcando o passo, sem avançar muito.

Sabemos que Jesus é o Cristo Consolador, feliz expressão de Allan Kardec, registrada em o Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo seis,  pois ele mesmo, Jesus, nos faz um convite irrecusável: “Vinde a mim todos os cansados e sobrecarregados, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrarei descanso para as vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus, 11: 28-29)2

Espíritas, estamos conscientes de que o Mestre Nazareno é o ser mais perfeito que Deus ofereceu à Humanidade para servir de guia e modelo: “Para o homem, Jesus representa o tipo de perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei […].”3

É possível, então, que nos falte, mesmo, é a vontade firme de mudar a direção que estamos dando à nossa vida, vontade disciplinadora  que possa nos libertar dos aflitivos séculos de conduta viciada, sempre geradora de sofrimentos nas inúmeras reencarnações reparadoras, pois somente a “[…] vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do Espírito.”4

Assim, nunca é demais recordar: “As lembranças do Natal, porém, na sua simplicidade, indicam à Terra o caminho da Manjedoura… Sem ele, os povos do mundo não alcançarão as fontes regeneradoras da fraternidade e da paz. Sem ele, tudo serão perturbação e sofrimento nas almas, presas no turbilhão das trevas angustiosas, porque essa estrada providencial para os corações humanos é ainda o Caminho esquecido da Humildade.”

 Referências

  1. XAVIER, Francisco Cândido. Antologia mediúnica do natal. Por diversos Espíritos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap.  21 (Mensagem de Emmanuel), p.57.
  2. O NOVO TESTAMENTO, Tradução de Haroldo Dutra Dias. Brasília: Conselho Espírita Internacional, 2010, 77-78.
  3. KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos.Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 201º, questão 625-comentário, p. 405.
  4. XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e vontade. Pelo espírito Emmanuel. 16. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap.2, p. 15.

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Aíla Maria - 24/12/2021 14h09
A todos os irmãos espíritas meus sinceros votos de um Feliz Natal e que o amado Mestre renasça em seus, ou melhor nos nossos corações.