O Dr. Paul Pearsall, neuropsicólogo da Universidade do Havaí (USA), no seu maravilhoso livro Memória das células, após apresentar e debater sobre a conhecida voz do coração, defende a sua tese, abordando com cuidado o mecanismo das células, seu funcionamento, sua memória e outras peculiaridades.
Em determinado momento na obra referida, acentua: “Você sabia que o coração pensa, lembra, comunica-se com outros corações, ajuda a regular o sistema imunológico, armazena informações que pulsam…?”, confirmando que também participa das nossas decisões e que devemos estar atentos à sua comunicação.
Quando Allan Kardec escreveu O Livro dos Espíritos, na questão de número 459 indagou: Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
Eles responderam: “Muito mais do que imaginais, pois frequentemente são eles que vos dirigem”.
Em nossa luta quotidiana, não poucas vezes procuramos agir conforme os ditames da razão, consoante a filosofia do Iluminismo, até mesmo tocando, sentindo, e, quando estamos decididos e avançamos, a voz do coração faz-nos mudar totalmente, resultando em bênção o empreendimento que, se houvesse seguido outro roteiro, teria sido um desastre.
A crença na imortalidade da alma leva-nos ao conceito de que estamos sempre acompanhados por aqueles que nos amaram e/ou nos odiaram enquanto se encontravam na vilegiatura carnal.
Ao responder com segurança a Allan Kardec a indagação feita, os guias da humanidade conclamam-nos a viver conforme os padrões dignificantes do dever, os postulados éticos estabelecidos, as regras do comportamento saudável.
Assim procedendo, geramos uma vibração de identidade com os Espíritos nobres que se nos acercam e inspiram-nos o mais correto comportamento em todos os instantes da nossa existência.
Quando isso não ocorre, e nos encontramos com a mente viciada, dominados por hábitos doentios e perversos, tornamo-nos instrumentos de Espíritos equivalentes, porquanto os atraímos por afinidade vibratória.
A voz do coração provém desses verdadeiros anjos guardiães, quando nos candidatamos a realizações enobrecedoras e ao próprio progresso nas suas diversas facetas.
A cada dia defrontamos situações complexas e de difícil atendimento que nos exigem reflexão e cuidado, a fim de que possamos manter a paz de espírito e a alegria de contribuir para o bem-estar pessoal, assim como da sociedade.
Quando ocorre o contrário, surgem as obsessões, os disparates, as aflições consumptíveis e os desastres de vária ordem.
Assim sendo, procuremos ouvir a voz do coração, mantendo conduta exemplar em todas as circunstâncias.

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

Artigo publicado no jornal A Tarde (Bahia), coluna Opinião, 10 de junho de 2021.

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