Deus é a inteligência suprema, a causa primeira de todas as coisas.

Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O Universo existe; ele tem, pois, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e dizer que o nada pôde fazer alguma coisa.

A harmonia que regula as atividades do Universo revela combinações, fins determinados e, por isso mesmo, revela a força inteligente. 

Atribuir a formação primeira ao acaso seria um contra-senso, porque o acaso é cego e não pode produzir os efeitos da inteligência. Um acaso inteligente não seria mais o acaso.

O homem só poderá compreender a natureza íntima de Deus quando seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, estiver próximo dele, então, ele o verá e o compreenderá.

Deus é eterno: se ele tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou teria sido criado, Ele mesmo, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.

É imutável: se estivesse sujeito às mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.

É imaterial: sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria.

É único: se houvesse vários deuses, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder no ordenamento do Universo.

É todo-poderoso: porque é único. Se não tivesse o soberano poder, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto ele; não teria feito todas as coisas, e as que não tivesse feito seriam obras de um outro Deus.

É soberanamente justo e bom: A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite duvidar da sua justiça, nem da sua bondade.

Resposta à questão 14 de O Livro dos Espíritos: “Deus existe, não podeis duvidar, é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto de onde não podereis sair. Isso não vos tornaria melhores, mas talvez um pouco mais orgulhosos, porque acreditaríeis saber o que na realidade nada saberíeis. Deixai de lado esses sistemas; tendes muitas coisas que vos tocam mais diretamente, a começar por vos mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos desembaraçar delas, isto os será mais útil do que querer penetrar o impenetrável”.

Referência: O Livro Dos Espíritos – Livro Primeiro – Cap. I.


Deixe seu Comentário