Há uma piada interna entre nós espíritas que diz: "Se você pensa que seus problemas vão acabar agora que virou espírita, está enganado! Agora é que os seus problemas começam...."

Mas, por que é tão difícil ser espírita? 

Será que é porque....

- somos obrigados a nos auto conhecer, e isso nem sempre é prazeroso?

- não temos ninguém para culpar pelos nossos problemas, a não ser nós mesmos?

- não revidamos e, ainda por cima, oferecemos a outra face?

- não vamos descansar e ir pro céu após a morte em eterna contemplação?

- temos consciência de que nada cai do céu, em forma de bençãos ou milagres, mas tudo fruto de trabalho, renúncia e sacrifício?

- não atiramos a primeira pedra, tampouco a última?

- somos obrigados a aprender a difícil arte do desapego material e afetivo?

- reconhecemos a força lapidária da dor e sabemos do bem sofrer?

- temos humildade em reconhecer que somos espíritos inferiores vivendo em um dos planetas mais atrasados?

- não julgamos para não sermos julgados?

- retribuímos o mal com o bem?

- a nossa porta é sempre estreita?

- sabemos das responsabilidades de sermos os trabalhadores da última hora?

- damos gratuitamente o que gratuitamente recebemos?

- aprendemos a agradecer aos nossos inimigos pela oportunidade de exercitar nossas virtudes?

- amamos mesmo quando não somos amados?

- entendemos que é mais importante ter religiosidade do que ter uma religião?

Não é fácil ser espírita por causa de todas as questões acima. Somos relembrados de nossas fragilidades e da necessidade de constante vigilância o tempo todo. 

Nós temos consciência das irrelevâncias do mundo físico, por isso aprendemos a "estar" nesse mundo sem "ser" deste mundo, o que nem sempre é fácil. Como disse o grande Raul Teixeira: ser espírita é para quem aguenta!

Autor: Raul Teixeira

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