A obra da Caridade tudo transforma em favor do bem. Emmanuel
Que sentimento é esse que anima certas pessoas em usar parte de seu tempo num trabalho voluntário? Maria do Carmo tinha sérios problemas em casa, no trabalho, no relacionamento e consigo mesma. Vivia uma vida com sérias perturbações de caráter material e espiritual. Procurou um médico, consultou os amigos e parece que nada dava certo. Estava realmente perdida dentro dos seus pensamentos, perturbada e desolada com tudo. Um dia uma amiga lhe disse: - Maria, porque você não procura um Centro Espírita e "toma uns passes”? -Está ficando louca? Eu não vou me envolver com essas coisas, disse Maria. Após pensar melhor, ela decidiu ir. Ora bolas, porque não tentar, quem sabe eu encontro lá algo que me ajude, pensou Maria. Foi com a amiga ao Centro Espírita “Luz e Amor” e lá encontrou o Sr Antunes de Souza que lhe mostrou como funcionava a casa, a biblioteca, o trabalho voluntário, os passes enfim a casa toda e lhe disse: - Minha irmã venha fazer uma “consulta” que depois lhe encaminharemos para um tratamento. Maria estava um pouco receosa ainda, mas assim mesmo foi ao atendimento, explicou seus problemas e dificuldades e iniciou o tratamento. Frequentar o tratamento foi muito difícil, sempre aparecia um contratempo para atrapalhar, mas ela foi firme ao seu propósito de cura. Após o tratamento ela já se sentia muito melhor, assistia às palestras, estava lendo dois livros espíritas que lhe cativava por inteira. As lições de Jesus dentro da ótica espírita iluminavam o seu ser. Foi convidada a participar do curso de “Aprendizes do Evangelho”, e após o curso, ajudar em alguma atividade no centro espírita. Que alegria, enfim encontrara o seu caminho, o Espiritismo libertador era o que ela precisava em sua vida. Ao terminar o curso foi convidada para trabalhar na assistência de passes. Agora Maria do Carmo era outra pessoa, sua vida estava melhor em casa, no trabalho, no seu relacionamento e pensou, “minha amiga estava certa, bendito dia que eu vim para o Centro Espírita.” Conversando com o Sr. Antunes de Souza quis agradecer a cura que o Centro Espírita tinha lhe proporcionado. Queria agradecer de todas as formas à ajuda que recebeu do Centro Espírita e como ela poderia recompensar. O Sr Antunes de Souza olhando profundamente nos seus olhos lhe disse: - Minha irmã, o nosso Centro nada fez de especial a não ser te encaminhar, com a assistência dos nossos amigos espirituais, dentro dos ensinos do nosso Mestre Jesus. Os espíritos, dentro dos ensinamentos de Jesus, mostram o caminho e você, com esse trabalho, está seguindo, mas veja bem, o trabalho voluntário vai exigir de você perseverança, renúncia, estudo constante e muito amor no seu coração. No momento tudo parece fácil e bonito, mas o que você está vivendo é uma nova fase em sua vida. Você terá momentos muito difíceis, provas amargas de renúncia, amor, perdão como acontece na sua vida privada, e aqui no trabalho voluntário também acontecerá. A Lua de mel entre você e o Centro Espírita vai passar e você vai entrar na vida real desse casamento. Verá, então, nesse momento, que deverá começar o amor entre você e o Centro Espírita. Maria escutou profundamente os conselhos e advertência do Sr Antunes. Com o tempo as situações difíceis apareceram, a necessidade de estudos mais aprimorados, a intensificação do trabalho, que às vezes a levava a pensar em parar o voluntariado. Parece que aqueles dias maravilhosos tinham acabado. As dificuldades de toda ordem batiam a porta. Ao chegar a casa abriu o Evangelho e a lição que foi lida era a passagem de Jesus que dizia, “Aquele que quiser me seguir que carregue a sua cruz”. Após meditar um pouco ela, enfim, entendeu que o trabalho estava ali, a oportunidade estava lhe sendo oferecida, cabia a ela aceitar ou não. Entre sorrisos e lágrimas e com uma força nova no coração que ela não sabia de onde vinha, Maria do Carmo arregaçou as mangas e continuou seu trabalho, abraçou essa bendita oportunidade que lhe foi oferecida. Assim, quando vemos um trabalhador voluntário, seja onde for e como for, executando uma atividade a qual ele aceitou fazer sem qualquer tipo de pagamento, apenas tendo a vontade de ajudar o seu semelhante de alguma forma, temos ali o verdadeiro trabalhador da última hora ensinado pelo nosso Mestre Jesus.
Wagner Ideali