Allan Kardec explica que o Espiritismo veio no tempo certo, quando a Ciência já se desenvolvera e podia responder a nossas indagações.
Assim, o Tripé do Espiritismo Cristão, também conhecido como o Tripé de Kardec, tem base na Filosofia – com a verdade do pensamento e das ideias -, achando-se estruturada em:
- O Livro dos Espíritos; também na Ciência – com a verdade da experimentação e da prova;
- Achando-se nos registros de “O Livro dos Médiuns”;
- Na Religião – com a verdade da fé raciocinada e embasada na moral do Cristo constantes de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”;
- Acrescentem-se, ainda, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese”, seus livros que compõem o “Pentateuco Kardequiano”, formando as obras básicas da Doutrina Espírita.
Filosofia significa amor à sabedoria; é o pensamento debruçado sobre si mesmo. As principais indagações filosóficas do ser humano – Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? O que eu faço aqui? – levam a seu estudo, porque envolvem a busca de cada um em conhecer a si mesmo.
Além disso, indaga-se: O que é Deus? O que é o conhecimento? O que é a verdade? O que é o Bem? O que é o Mal? Por que eu sofro? E essas perguntas têm resposta dentro do Espiritismo, o qual, como Filosofia, na lição do pensador Soriano, “é a síntese dos conhecimentos humanos aplicada à investigação da verdade”. E “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, “é a expressão máxima da Filosofia Espírita”.
Ciência tem por finalidade provar a realidade das coisas, por intermédio da observação e da experimentação, por métodos próprios. Ensina Allan Kardec, em seu livro “A Gênese”, que “o Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação”.
Por sua vez, o professor Herculano Pires esclarece: “Religião sem Ciência é superstição; Ciência sem Religião é loucura”.
Pela indução (processo de dentro para fora), por inspiração, crio ou falo algo que nunca aprendi na vida presente; e, pela dedução (processo de fora para dentro), quando vejo alguém que nunca estudou piano, mas que, num ambiente de prece a isso destinado, toca como um virtuoso; ou alguém, que não fala língua estrangeira, mas, em local devidamente preparado, faz discursos e escreve em idioma que, nesta vida, jamais aprendeu… Esses e tantos outros casos são comprovados cientificamente pela observação.
Religião é, comumente, mostrada como crença fervorosa ou sentimento verdadeiro, ligando o ser humano a algo superior. Por isso, o filósofo Max Weber, grande crítico das crenças dogmáticas, chegou a afirmar que “a religião é a indústria da fé e que o líder religioso é o profissional da salvação”.
Mas o Espiritismo é a Doutrina da fé raciocinada, ou seja, não imposta, nem decorada ou repetida. Como já disse o professor e escritor espírita Deolindo Amorim: “A linguagem de Jesus Cristo, iluminada pela sabedoria divina, é a linguagem da verdade”.
Justamente por isso é que a moral do Evangelho combina perfeitamente com os objetivos da Doutrina Espírita. Em tudo, seguindo lições evangélicas que devem guiar o verdadeiro cristão: “Conhece a verdade, e a verdade te libertará”. “Ama a teu próximo como a ti mesmo”, “Não faças ou desejes ao semelhante aquilo que, naturalmente, não queres para ti”.
Mas Kardec, com base no aspecto filosófico, no aspecto científico e na moral do Cristo, não afirma que o Espiritismo seja Religião, porque não tem dogmas, sagração, nem hierarquia, mas é uma doutrina filosófico cientifica de consequências morais. Não oferece prêmios nem castigos; cada um receberá segundo o seu merecimento, pelo bem que faz, pelo perdão exercido, pelo amor ao próximo.
Fonte: FEAL - Fundação Espirita André Luiz
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