A análise profunda da história da humanidade nos atesta que todo triunfo visando o progresso intelectual e moral é obtido após incontáveis conflagrações com os doutos, sejam científicos, filosóficos ou religiosos.

Giordano Bruno foi queimado por sustentar que o Universo era infinito; Galvani sofria com os sarcasmos, recebendo o apelido de “mestre das rãs”; a Academia de Ciências de Paris não facilitou o desenvolvimento e a implementação da vacina de Jenner; Fulton e Harvey, com seu transporte movido à água fervente e a ideia da circulação do sangue, respectivamente, foram considerados loucos (1). Quantas destas batalhas, entre a dinâmica natural da humanidade, o tépido olhar academicista de alguns e da ideia estabelecida e imóvel de outros, não são travadas ainda hoje? Todos esses percalços, entretanto, foram e serão superados, porquanto é da lei o progresso intelectual e moral do homem.

Esse enfrentamento, mesmo que velado, também é encontrado dentro do movimento espírita. Ainda que muitos dos assuntos tratados dentro do espiritismo não sejam considerados como verdade fora dele, isso não é motivo para recuarmos ou utilizarmo-nos de conceitos materialistas, dando uma sustentação aparente às ideias codificadas por Kardec. Agindo assim, corremos um grande risco em materializar o que não é matéria; em transformar o espiritismo em algo falacioso, fugaz.

Felizmente, muitos grupos pelo Brasil e no mundo estudam, pesquisam, experimentam seriamente os fenômenos espíritas. Dentro e fora das Universidades encontramos trabalhos de admiráveis, movidos por um extremo amor à causa. O papel do espírita do século XXI realmente é este, estudar profundamente o espiritismo, experimentando e refletindo sobre os resultados conquistados. E é exatamente isso que observamos nestes grupos.

Nas últimas décadas, contemplamos inúmeras pesquisas sobre a influência do passe, mostrando o aumento de leucócitos em camundongos; na melhora significativa em pacientes oncológicos e na impregnação da água fluidificada. Grandes médicos psiquiatras, neurocientistas e de outras especialidades estudam, dentro de hospitais e universidades a relação e correlação entre mente e corpo, gerando muitos artigos, livros e congressos.

Físicos, engenheiros, biólogos e químicos estudam os efeitos físicos, o ectoplasma e sua constituição, em laboratórios de última geração.

A comunicação mediúnica entre vivos, citada por Allan Kardec na Revista Espírita, também é estudada por associações dedicadas ao desbravamento das verdades contidas na Lei de Deus.

Muito há a ser explorado. Porém, é preciso replicar, também, os estudos e experimentações que foram realizadas no século XIX e início do século XX. Houve uma melhora significativa nos inúmeros aparelhos – além daqueles que não existiam à época citada – para o estudo dos fenômenos supracitados. Quanto a tecnologia avançou! Lâmpadas, câmeras, microfones, balanças, sensores...

Utilizemos a tecnologia em prol do estudo dos fenômenos espíritas. Porque só assim fortaleceremos a nossa fé raciocinada e, também, o próprio movimento espírita, onde somos nós os responsáveis por aquilo que fizermos dele.

Autor:  Elton Rodrigues - Licenciado em Física (UFRJ) e Mestrando em Biofísica (CBPF). É membro fundador da Associação Física e Espiritismo da Cidade do Rio de Janeiro (AFE-RIO) e editor da revista O Fóton.

 

Nota:

(1) Adaptado de Der Baumeister, de Hans Malik e Reformador de Junho de 1954. Texto base contido em Magnetismo Espiritual, Michaelus, 10ª Edição, FEB



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