Os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Povoam o Universo fora do mundo material.

O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.

Os Espíritos são individualizações do princípio inteligente como os corpos são individualizações do princípio material. 

A Criação dos Espíritos é permanente; Deus jamais cessa de criar.

Os Espíritos, quando encarnados, possuem o corpo material, cuja destruição, pela morte, os torna livres.

O Espírito é uma chama, um clarão ou uma centelha etéra. Pode percorrer o espaço rápido como o pensamento. A matéria não constitui obstáculo aos Espíritos. 

Cada Espírito é indivisível, mas cada um deles pode irradiar seu pensamento em diversas direções sem com isso se dividir. 

Os Espíritos estão por toda parte. Povoam os espaços infinitos. Estão sempre ao nosso lado, observando e agindo sobre nós sem percebermos, porque os Espíritos são uma das forças da natureza e instrumentos de que Deus se serve para a realização dos seus desígnios providenciais; mas nem todos vão a toda parte, pois há regiões interditadas aos menos adiantados.

Os Espíritos são de diferentes ordens, segundo o grau de perfeição ao qual chegaram. Não existe uma linha de demarcação traçada como uma barreira. Os da primeira ordem são os Espíritos Superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua aproximação com Deus, a pureza de seus sentimentos e seu amor ao bem. Os da segunda ordem tem o desejo do bem como preocupação; alguns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade, mas todos tem, ainda, provas a suportar. Os da terceira ordem são os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, o desejo do mal e todas as más paixões que lhes retardam o progresso.

O progresso do espírito ocorre pela encarnação, que é imposta a uns como expiação e a outros como missão. A vida material é uma prova que devem suportar por várias vezes, até que hajam alcançado a perfeição absoluta.

As existências corporais dos Espíritos são sempre progressivas, jamais retrógradas. A rapidez do progresso depende dos esforços que fazemos para atingir a perfeição.

Deixando o corpo, a alma reentra no mundo dos Espíritos, de onde havia saído, para retomar uma nova existência material, depois de um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece no estado de Espírito errante.

As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação do bom Espírito, e o homem perverso a de uma Espírito impuro.

A alma tinha sua individualidade antes da encarnação e a conserva depois da sua separação do corpo. 

Na sua reentrada no mundo dos Espíritos, a alma reencontra todos aqueles que conheceu sobre a Terra, e todas as existências anteriores se retratam em sua memória com a lembrança de todo o bem e de todo o mal que fez.


Referências:

O Livro dos Espíritos:  Introdução e Livro Segundo - Cap. I.


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