A reencarnação é uma necessidade da vida espírita, como a morte é uma necessidade da vida corporal.

Nem todos os Espíritos se preocupam com a reencarnação. Existem os que nem pensam nisso e mesmo, não a compreendem. Isso depende de sua natureza mais ou menos avançada. Para alguns, a incerteza em que se encontram de seu futuro é uma punição.

O Espírito sabe que reencarnará, como o homem sabe que morrerá; mas, como este, ele não tem consciência senão no último momento, quando a hora é chegada.

O Espírito pode apressar o momento de sua reencarnação, solicitando por sua vontade; mas pode também retardar e recuar diante das provas, pois, entre os Espíritos, existem também os covardes e indiferentes.

Um Espírito não pode prolongar um estado de evolução indefinidamente. O progresso é uma necessidade que o Espírito experimenta, cedo ou tarde. A elevação é o seu destino.

Em uma nova encarnação, o Espírito é sempre designado antes do corpo que irá se unir. Pode também pedir o corpo, porque as imperfeições desse corpo são para ele provas que ajudam o seu progresso,  se vence os obstáculos que nele encontra.

A união do Espírito com o corpo pode ser imposta por Deus, assim como as diferentes provas, sobretudo quando o Espírito não está ainda apto para fazer uma escolha com conhecimento de causa. Como expiação, o Espírito pode ser constrangido a se unir ao corpo de tal criança que, pelo seu nascimento e a posição que terá no mundo, poderá vir a ser para ele um instrumento de castigo.

O momento da encarnação é acompanhado de uma perturbação muito maior que a àquela sofrida na desencarnação, pois na morte, o Espírito sai da escravidão e no nascimento, entra nela. Da mesma forma que a morte do corpo é uma espécie de renascimento para o Espírito, a reencarnação é uma espécie de morte, ou antes, uma espécie de exílio.

A união da alma ao corpo começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento. Desde o momento da concepção, o Espírito designado a habitar tal corpo, a ele se liga por um laço fluídico que vai se apertando, cada vez mais, até que a criança nasça. 

Desde o instante da concepção, a perturbação começa a se assenhorar do Espírito, advertindo-o de que é chegado o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é pouco próximo ao de um Espírito encarnado durante o sono do corpo.  À medida que o momento do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam.

Essa união é definitiva no sentido que um outro Espírito não poderia substituir aquele que está designado para tal corpo; porém, como os laços que o prendem são muito fracos, podem romper-se pela vontade do Espírito, que recua diante da prova que escolheu. Nesse caso, a criança não vive.

E se o corpo escolhido para tal Espírito, morrer antes de nascer, por imperfeições da matéria, ele escolhe outro.

Em casos de um corpo que morre poucos dias depois do nascimento, como o ser não tem consciência bastante desenvolvida de sua existência, frequentemente, é uma prova para os pais, como também, é uma prova para os pais e também pode ser uma prova para o Espírito destinado a reencarnar, quando ocorrem casos em que o corpo não é viável desde seio materno. 

Nos casos de aborto, a consequência para o Espírito, é a de uma existência nula a recomeçar. O aborto voluntário é um crime, qualquer que seja a época da concepção; existe sempre crime quando transgredimos a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre crime tirando a vida da criança antes de nascer, porque está impedindo a alma de suportar as provas das quais o corpo deveria ser o instrumento. 

Em tudo vemos a vontade de Deus e Sua obra; desde o feto até à criança. Devemos sempre respeitar Suas obras e Sua vontade.


Referências:

O Livro dos Espíritos - Livro II - Cap. VII.


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