A alma que ainda não alcançou a perfeição na vida corpórea, vai depurar-se suportando a prova de uma nova existência. Ao depurar-se a alma sofre uma transformação, mas para isso lhe é necessária a prova da vida material.

Todos nós passamos por várias existências físicas. O objetivo da reencarnação é expiação para o aprimoramento progressivo da humanidade. 

O número das existências corporais não é igual para todos os Espíritos. Aquele que caminha mais depressa se poupa das provas. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas porque o progresso é quase infinito, até o Espírito se tornar Espírito Puro.

Todos os Espíritos tendem à perfeição e Deus lhes fornece os meios pelas provas da vida corpórea. A justiça está em poder realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.

Não estaria de acordo com a justiça e a bondade de Deus, castigar para sempre aqueles que encontraram obstáculos ao seu progresso, independentemente da sua vontade, no próprio meio onde foram colocados. Se o destino do homem estivesse irrevogavelmente fixado após sua morte, Deus não teria pesado as ações de todos na mesma balança, e não os teria tratado com imparcialidade.

A doutrina da reencarnação é a única que responde à idéia que fazemos da justiça de Deus em relação aos homens colocados em uma condição moral inferior, a única que nos explica o futuro e fundamenta nossas esperanças, pois nos oferece o meio de resgatar nossos erros através das provas.

O homem, consciente da sua inferioridade, tem, na doutrina da reencarnação, uma esperança consoladora. Se acredita na justiça de Deus, não pode esperar, por toda a eternidade, estar em pé de igualdade com aqueles que agiram melhor que ele. Saber que essa inferioridade não o deserdará para sempre do bem supremo, e que ele poderá superá-la por meio de novos esforços, o sustenta e lhe reanima a coragem.  

Se no fim do caminho percebermos que adquirimos uma experiência que não poderemos mais aproveitar, essa experiência não ficará perdida. Aproveitaremos em uma nova existência.


Referência:

O Livro dos Espíritos – Livro II - Cap. IV – Allan Kardec.

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