Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim.
Jesus
O homem desde a antiguidade tem buscado entender a vida após a morte, se perguntando se existe Deus, bem como tudo que foge ao seu entendimento.
Essa busca está profundamente ligada aos seus conflitos íntimos, sua busca de entender, como diz o título do livro de Léon Denis, “O problema do ser, do destino e da dor”.
Criou objetos de adoração, seguiu muitas vezes um deus condicionado aos seus interesses materiais, entre outros atos, pois assim explicaria a sua forma os eventos naturais e ditos sobrenaturais.
Durante milhares de anos, perdidos em nossas conjecturas, nós buscamos entender a vida, mas em função de nossa pouca evolução, sempre nos debatemos entre o brilho da matéria, a necessidade de satisfazer nossas vaidades, egoísmo e orgulho e a imponderabilidade da vida após a morte.
Com a evolução da Ciência, os efeitos naturais foram explicados e entendidos, mas Deus continua sendo uma busca para muitos.
Buscamos muitas vezes saídas entre as muitas formas de viver, soluções imediatas nem sempre éticas, mas que satisfazem nossas vontades fúteis, saciando temporariamente os vazios internos da alma.
Mas esses conflitos, quando não saciados, geravam e ainda geram diferentes resultados, muitos na forma de violência, dor, para com o próximo e, portanto, para nós.
Esses conflitos íntimos muitas vezes geraram guerras, lutas em função de interesses pequenos. Extermínio de povos, nações, pois muitos não compreenderam a lição maior de amor, respeito, fraternidade, como a única solução para o mundo.
Esse desequilíbrio que tem desnorteado muitos no mundo, fez com que Deus permitisse a presença de Jesus na Terra, para mostrar a forma correta de viver. Mostrando que o Evangelho é um manual de como viver bem, Jesus nos apresentou a boa nova.
Mas durante séculos, para saciar interesses pequenos de muitos que ou por necessidade de poder, ou por não entender a profundidade da missão do Mestre, foram seus ensinos, escondidos e até mesmo adulterados.
Mas outros desenvolveram e desenvolvem, através do pensamento reto, trabalho e estudo, a busca mais profunda da vida, do seu real significado, aprendendo nos ensinos do Mestre, os caminhos.
Podemos identificar três tipos de pessoas: Primeiro, o indiferente, aquele que vai levando a vida sem qualquer importância com a mesma, apenas aproveitando o que se apresenta. O outro, com a fé imposta, aquela fé ritualística e cheia de preconceitos, entendendo que o deus dele é melhor e o prestigia em detrimento do outro. E por fim, o ser que deseja se transformar, evoluir, melhorar e acreditar em Deus dentro de uma lógica, de uma verdade profunda de amor, busca a paz. Trabalhando, procurando a cada dia o caminho da melhoria, das mudanças e entendendo o mundo a sua volta.
A busca pelo pão sobre a mesa, o amor incompreendido, as necessidades egóicas, obscurecem muitas vezes nossa visão sobre a verdadeira função da vida, levando muitos a descrença e indiferença para com a vida, o próximo e até a si mesmo.
A instabilidade emocional e espiritual de muitos, provocam situações adversas, o que leva a conflitos, problemas de várias matizes.
Qual será então a solução para que não retornemos aos mesmos problemas de séculos atrás e que ainda povoam o coração de muitos, dentro dos aspectos de violência, guerras e conflitos?
Viver uma vida vazia, sem um propósito nobre, mas apenas para satisfazer as necessidades sensoriais, completadas com atitudes pequenas, está claro que não vai nos levar a lugar algum.
Disse Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim.
Baseando nos profundos ensinos do Mestre, vamos todos procurar entender a mensagem de amor que ele nos entregou, e vive-la dentro de nós. Assim poderemos então sentir as transformações e tudo vai se encaixar, tudo vai ficar claro, vamos adquirir a tão procurada paz interior.
Essa luta não é fácil e depende de nos esforçarmos para destruir o mal que muitas vezes se instalou dentro de nós. Amar o próximo, ajudar o próximo, perdoar e seguir. Amando, seremos amados, perdoando seremos perdoados, assim já dizia o “poverello” de Assis em sua linda prece.
O Espiritismo nos dias de hoje, nos faz relembrar os ensinos do Mestre Jesus, numa roupagem moderna, lógica e racional, mas sem perder a sensibilidade, a profundidade e o carinho que o Mestre sempre demonstrou pela humanidade.
Lembrar também que o Mestre nos disse: A minha paz eu vos dou, a minha paz eu vos deixo, mas não é a paz do mundo.
Apesar de toda a profundidade, amor, clareza, palavras de consolo e paz que nos traz a doutrina espírita, os seguidores ainda vivem em disputas por poder, situações egóicas entre outros desequilíbrios, deixando de lado o essencial que é vivê-la em sua plenitude.
Muitas vezes sentimos a necessidade pela nossa pouca evolução, de impor nossas vontades, quando o que importa mesmo é amar, perdoar, viver o hoje e o agora, na construção da paz dentro de nós. Devemos ter o cuidado e lembrar que nossas vontades se constroem no pensamento, formalizam-se em palavras e aplicam-se nas ações.
Vamos viver a cada dia, seguindo em frente. Confiantes no divino Mestre e em Deus nosso pai. Fazer a nossa parte, pois a cada ação construtiva, vamos construindo um tijolo do Reino de Deus dentro de nós.
Wagner Ideali