O Espírito não possui a plenitude de suas faculdades desde o princípio da sua formação, pois como o homem, o Espírito tem sua infância. 

Em sua origem, os Espíritos tem uma existência instintiva e possuem apenas a consciência de si mesmos e de seus atos. A inteligência vai se desenvolvendo pouco a pouco.

A vida do Espírito percorre as mesmas fases que vemos na vida corporal. Passa gradualmente do estado de embrião ao da infância, para alcançar, por uma sucessão de períodos, a idade adulta, que é a da perfeição, com a diferença de que não conhece a finitude da vida corporal. Sabe que a sua vida, que teve começo, não terá fim. Que é preciso um tempo imenso, do nosso ponto de vista, para passar da infância espírita a um desenvolvimento completo, e seu progresso não se realiza em uma só esfera, mas, passando por mundos diversos. 

A vida do Espírito se compõe de uma série de existências corporais, sendo cada uma, para ele, uma oportunidade de progresso.

Não é possível, desde essa vida, por uma conduta perfeita, superar todos os graus de evolução e se tornar Espírito puro, pois o que o homem acredita ser perfeito, está longe da perfeição. Há qualidades que nos são desconhecidas e que não podemos ainda compreender. Podemos ser perfeitos quanto nos permita a nossa natureza terrestre, mas isso não é a perfeição absoluta.

Mas o homem, ao menos, pode assegurar nesta vida uma existência futura com menos amarguras, se buscar se melhorar moralmente.

A marcha dos Espíritos é progressiva, jamais retrógrada. Ocorre a elevação gradual na hierarquia e não a descida da categoria alcançada.

Nas diferentes existências corporais podemos descer como homens, mas não como Espíritos. Assim a alma de um potentado da Terra pode, mais tarde, animar o mais modesto artesão e vice versa.

Os Espíritos, para melhorar-se, devem suportar as tribulações da vida corporal, evitando o mal e praticando o bem. Porém, é só depois de várias encarnações sucessivas, num tempo mais ou menos longo, e segundo seus esforços, que se atinge o objetivo a que todos tendemos.

O Espírito influi sobre o corpo para se melhorar, pois O Espírito é tudo e o corpo é uma veste que apodrece.


Referência:

O Livro dos Espíritos – Livro II – Cap. IV – Allan Kardec

Deixe seu Comentário