O cérebro é como um aparelho emissor e receptor de ondas mentais; o pensamento é um fluxo energético do campo espiritual. A vibração é um movimento de vaivém, chama-se movimento vibratório. Sintonia é a identidade ou harmonia
vibratória, isto é, o grau de semelhança das emissões ou radiações mentais de dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados, ou seja, afinidade moral.

Sabemos que o pensamento é um fluxo fluídico, é matéria sutil do corpo espiritual, logo é concreto e, às vezes muito visível, podendo perdurar longamente em dadas circunstâncias. Portanto o padrão vibratório é uma maneira de definir o padrão moral do espírito. Atraímos as mentes que possuem o mesmo padrão vibratório nosso, que estão no mesmo nível moral.

A comunicação interespiritual é controlada pelo grau de sintonia, a qual a seu turno, decorre da afinidade moral. Temos, por isso, a companhia espiritual que desejamos mediante o nosso comportamento, sentimentos, pensamentos e aspirações. Estão ao nosso redor aqueles que sintonizam conosco ou têm contas a ajustar.

É o caso e a hora de perguntar:

— Como podemos elevar cada vez mais as nossas vibrações e, assim, aprimorar a capacidade de sintonia e vibração?

R.: Enriquecendo o pensamento por meio do desenvolvimento da INTELIGÊNCIA; –estudo, conhecimento, SENTIMENTO; – prática do bem, serviço prestado, moralidade, em suma, auto-aperfeiçoamento pelo esforço próprio no caminho do bem.

Com particular aplicação à Mediunidade, que não progride sem o aprimoramento do médium. Em virtude do princípio de sintonia, estabelece-se uma dependência entre encarnados e desencarnados quando ambos estão perturbados e emitindo vibrações viciadas. A identidade vibratória inferior, no caso do ódio, ressentimento, tristeza, desânimo etc., prende os desencarnados mais ou menos inconscientes do seu estado na aura magnética dos encarnados. Ocorre assim, influência recíproca, troca de pensamentos e sentimentos, e, portanto, obsessão bidirecional.

Com que fim os espíritos imperfeitos nos induzem ao mal? – Para que sofrais o que eles sofrem. Vejamos duas questões do Livro dos Espíritos, que nos esclarecem sobre o envolvimento entre encarnados e desencarnados: ( Capítulo IX, questões 467 / 469.)

–”Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?

R.: Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam (vibrações, sintonia), ou aos que, pelos pensamentos, os atraem.

“Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos? Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre vós.

Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Foi por essa razão que Jesus, nosso Mestre, nos ensinou a oração dominical:

Senhor! Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Também nos é necessário educar nosso pensamento em coisas edificantes para
uma melhor sintonia com a Espiritualidade Superior. O pensamento é idioma universal e, entendendo que o cérebro ativo é um centro de ondas em movimento constante, estamos sempre em correspondência com o objeto que nos prende a atenção. Todo espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado essencialmente por três fatores específicos; experiência, estímulo, inspiração:

ExperiênciaÉ o conjunto de nossos próprios pensamentos.
EstímuloÉ a circunstância que nos impele a pensar.
InspiraçãoÉ a equipe dos pensamentos alheios que aceitamos ou procuramos.

Assim como possuímos, na Terra, valiosas observações alusivas à química da matéria densa, relacionando-lhe as unidades atômicas, o campo da mente oferece largas ensanchas ao estudo de suas combinações: pensamentos de crueldade,
revolta, tristeza, amor, compreensão, esperança ou alegria tem natureza diferenciada, com características e pesos próprios.

A onda mental possui determinados coeficientes de força na concentração silenciosa, no verbo exteriorizado ou na palavra escrita. Mais uma vez vemos e compreendemos que somos naturalmente vítimas ou beneficiários de nossas próprias criações, segundo as correntes mentais que projetamos, escravizando-nos a compromissos com a retaguarda de nossas experiências ou libertando-nos para a vanguarda do progresso, conforme nossas deliberações e atividades, em harmonia ou em desarmonia com as Leis Eternas da Divindade.

Um livro, uma página, uma sentença, uma palestra, uma visita, uma notícia, uma distração ou qualquer pequenino acontecimento que te pareça sem importância, podem representar silenciosa tomada de ligação espiritual para determinado tipo
de interesse ou de assunto.

Geralmente, toda criatura que ainda não traçou caminho de sublimação moral a si mesma assemelha-se ao viajante entregue, ao mar, ao sabor das ondas. Com a bússola do Evangelho, sabemos perfeitamente onde e como localizar o bem e o mal, razão porque dispomos todos nós do lema da vontade. O problema de sintonia corre
por nossa conta.

André Luiz é bastante claro no seu livro Nos Domínios da Mediunidade – Cada médium com a sua mente, cada mente com seus raios, personalizando observações e interpretações, e conforme os raios que arremessamos, erguer-se-ão o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam.

Basta que pensemos no que Jesus falou: A cada qual segundo suas obras. Não esqueçamos que a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos. Nossa mente é um núcleo de forças inteligentes, gerando plasma sutil que, a emanar sem parar, oferece recursos de objetividade, sob o comando de nossos próprios desígnios.

A idéia é um ser organizado por nosso espírito a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção. Então, com tudo isso, não podemos esquecer o problema de nossa sintonia na Mediunidade. Refletimos as imagens que nos cercam e arremessamos nos outros as imagens que criamos. E, como não podemos
enganar a força de atração, somente poderemos alcançar a claridade e a beleza, se começarmos emanar beleza e claridade no espelho de nossa vida íntima.

Estamos acostumados a ver a mediunidade em diversos lugares, missões santificantes e guerras destruidoras, tarefas com objetivos nobres e várias
obsessões, que guardam suas origens nos reflexos da mente individual ou coletiva, combinados com as forças do alto ou degradantes influências baixas.

O Pensamento é um núcleo de forças, em torno do qual gravitam os bens e os males gerados por ele mesmo e ali se defrontam com fileiras de almas, sofrendo nos diferenciados lugares que lhe são característicos. Elevemos, então, nossos
pensamentos redirecionando-os sempre para pensamentos altruístas.

Influência é um poder espiritual que todos temos e pelo qual irradiamos nossos conceitos e predicados morais, como também culturais, devendo atingir aqueles que pensam semelhantes a nós. Pense nas coisas desagradáveis e estará
sintonizado espiritualmente com um desencarnado que se sente infeliz. Todavia, agora vem a celebre pergunta: Será que você começou a pensar negativamente porque quis ou porque foi induzido por algum Espírito que está próximo a você?
As duas coisas podem perfeitamente acontecer. Se você resolveu ser infeliz a partir daquele momento, a decisão é totalmente sua, você é quem vai sofrer. Se foi induzido e passou a aceitar a sugestão, cabe a você mudar de opinião e não
sintonizar com aquela entidade.

Allan Kardec, em A Gênese, cap. XIV, item 15, esclarece este mecanismo da influenciação de desencarnado para encarnado: Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o
pensamento, como o ar nos traz o som.. Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.

Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se
fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a ideia de matar a outro: embora o corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidificante o
gesto, o ato que intentou praticar.

O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito. Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo.

Contudo, vendo a intenção, pode ela pressentir a execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode determinar o instante em que o mesmo ato será executado, nem lhe assinalar os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele se dê,
porque circunstâncias ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições.

Ele não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus. O trabalho, qualquer que seja ele, físico ou intelectual, aparece
como o primeiro recurso no combate à insurgência de pensamentos deprimentes.

Logo, vem a boa leitura, a música harmoniosa, a conversa que edifica, e sobretudo a prece que nos liga com o Criador, facultando-nos força, otimismo e coragem para enfrentar as dificuldades que criamos.

(Do livro – Mediunidade e Reforma – Edicel)


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