Desde a antiguidade a música, assim como a cor, foi utilizada para a cura. Antigas civilizações na Grécia, Egito, Índia, China já tinham ciência sobre o valor terapêutico de ambas, a ponto dos enfermos serem tratados em templos, e não em hospitais, onde, além do repouso, a energização espiritual com aquelas técnicas eram aplicadas.


O fato de sermos seres espirituais nos torna altamente susceptíveis, no nosso cotidiano, a efeitos de influências vibratórias tanto positivas quanto negativas, embora nem sempre estejamos conscientes disso. Esta vibração atinge especialmente nossos chakras, ou seja, os centros de atividade para recepção, assimilação e transmissão de energias vitais de que somos possuidores.  Dessa maneira, podemos nos beneficiar espiritualmente de uma energia positiva gerada por uma música que nos agrade como também podemos nos desequilibrar espiritualmente frente a uma energia negativa produzida por uma música não afinada com os nosso gosto ou com a nossa natureza evolutiva espiritual.


A questão 251 do Livro dos Espíritos em sua resposta esclarece de forma inquestionável a importância que têm a música para os Espíritos. Compara a música celestial com a música terrena dizendo que “uma está para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia.” Isto significa que o nível musical do plano espiritual está muito além do que a música terrena nos oferece. Chama atenção para o fato de que “Espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir a vossa música, por não lhes ser dado ainda compreenderem outra mais sublime”, numa alusão ao fato de que a busca de uma música saudável é caminho para a elevação do espírito. Termina, por fim, fazendo referência sobre a importância da música para o espírito, quando diz que “a música possui infinitos encantos para os Espíritos, por terem eles desenvolvidas as qualidades sensitivas.”


Em Nosso Lar, André Luiz, nas páginas 67 e 68, faz uma referência sobre a importância da música nos trabalhos da vida espiritual:


“Em plena via pública, ouviam-se, tal qual observara ã saída, belas melodias atravessando o ar. Notando-me a expressão indagadora, Lisias explicou fraternalmente: Essas músicas procedem das oficinas onde trabalham os habitantes do Nosso Lar. Após consecutivas observações, reconheceu a Governadoria que a música intensifica o rendimento do serviço, em todos os setores de esforço construtivo. Desde então, ninguém trabalha em Nosso Lar sem esse estímulo de alegria.”


Finalizando, merece citação um trecho do artigo Música e Espiritismo, de João Marcelo Gonçalves Coelho, publicado na revista Mensageiro, no qual o autor enfatiza a importância da música na criação de uma ambiência entre os dois planos, terrestre e espiritual, escrevendo “a música, desde que sublime, é prece que enleva e enobrece o espírito eterno que todos somos, permitindo-nos entrar em estreita comunhão com os planos superiores da expressão espiritual.”


Portanto, para que o corpo e o espírito se mantenham em pleno equilíbrio, ao lado da higiene física e mental e da alimentação e hábitos saudáveis, a rotina de audição de uma música que nos induza a calma e ao prazer deve ser cultivada para que sejam alcançados os objetivos harmônicos que desejamos manter em nossa trajetória terrena.


Por: Paulo Roberto Mattos da Silveira Médico e Músico

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