Cremar ou não cremar? Esse tema provoca muita discussão.

Nesse nosso estudo vamos nos basear, como sempre, na Codificação de Kardec.

Kardec esclarece em [1] O Livro dos Espíritos:

Pergunta 155: “Como se opera a separação da alma e do corpo?”

Resposta: “Desligando-se os liames que a detinham, ela se desprende”.

Pergunta 155-a: “A separação se verifica instantaneamente, numa transição brusca? Há uma linha divisória bem marcada entre a vida e a morte?”

Resposta: “Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo que foi libertado. Os dois estados se tocam e se confundem, de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos seus liames; estes se soltam e não se rompem”.

O corpo é o veículo de manifestação do espírito, ou seja, somos todos espíritos vivendo uma experiência no corpo físico, mas não um corpo físico que tem espírito, pois o segundo permanece e o corpo não.

Quando acontece o desencarne, o espírito vai se desligando do corpo físico lentamente. Todos os liames são, passo a passo, sendo removidos. Nos casos de acidente, mortes violentas, a separação é instantânea e pode até gerar sofrimento para o espírito.

No programa pinga fogo da TV Tupi, na década de 70, fizeram uma pergunta ao querido Chico, sobre a cremação e ele informou que Emmanuel abordou esta questão no livro O Consolador, psicografado pelo Chico:

[2] “Questão 151: O Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos? – Na cremação, faz-se mister exercer a caridade com os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o ‘tônus vital’, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material”. 

Recorrendo à codificação, vamos ver nas perguntas 163 a 165 em [1] O Livro dos Espíritos, exatamente isso, ou seja, cada espírito tem um tempo de total desligamento.

Assim, poderia se perguntar, e se cremar antes? O espírito vai ter problemas? Pode ter ou não, depende da evolução do espírito. Qual seria esse problema? Um desconforto mais ou menos acentuado, dependendo de sua evolução.

Se alguém do seu círculo pessoal decidir ser cremado, não existe nada que seja impeditivo dentro da ótica espírita, apenas ter consciência que dependendo da evolução do espírito que solicitou ser cremado, ele não vai ter qualquer problema de desconforto, por assim dizer no mundo espiritual, pois ele não tem amarras com a vida física.

Os seres encarnados que tem uma ligação muito forte com o corpo, vivem em função do corpo, a vida é o corpo e nada mais, é necessário cautela para o processo de cremação para não ocorrer profundos desequilíbrios e desconfortos para o espírito no mundo espiritual.

Se tivermos os ensinos de Jesus em nossos corações, em nossos atos, palavras e pensamentos, não há porque se preocupar, pois nosso coração não está onde a traça corrói, o ladrão rouba, o tempo enferruja. O nosso coração estará nos valores profundos da alma, onde nada pode atrapalhar e nos criar situações que nos leve a desequilíbrios e dor.

Que Jesus nos abençoe hoje e sempre.

Prof. Wagner Ideali


Bibliografia

[1] O Livro dos Espíritos. Allan Kardec

[2] O consolador - Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier

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