O livro, edição FEB (Federação Espírita Brasileira) é de autoria de André Trigueiro, espírita, jornalista de renome e editor-chefe do programa Cidades e Soluções – Globo News. Pós-graduado em Gestão Ambiental pela COPPE/UFRJ, onde leciona a disciplina Geopolítica Ambiental, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, autor de diversos livros que tratam da temática Ambiental (Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em transformação – ed. Globo, 2005; Mundo Sustentável 2 – Novos Rumos para um Planeta em Crise – ed. Globo, 2012;) coordenador editorial e um dos autores do livro Meio Ambiente no Século XXI – ed. Sextante, 2003).
A apresentação do autor se faz de importância a fim de demonstrar o embasamento teórico da obra.
É de nos indagarmos: O que o Espiritismo e a Ecologia têm em comum? O leitor se surpreenderá com as muitas afinidades existentes entre essas duas áreas do conhecimento, que surgiram na mesma região do planeta, há aproximadamente cento e cinquenta anos [Espiritismo em 1857, na França e Ecologia em 1866, na Alemanha], e que hoje despertam interesse e curiosidade crescentes.
Espíritas e ecologistas utilizam a visão sistêmica para defender a biodiversidade, o uso sustentável dos recursos naturais, o consumo consciente, a primazia dos projetos coletivos em detrimento do individualismo.
São tantas afinidades, que certas obras espíritas poderiam perfeitamente embasar alguns postulados ecológicos.
E, podemos afirmar que: Tanto o Espiritismo quanto a Ecologia oferecem ferramentas importantes para a compreensão da realidade que nos cerca.
Espíritas e ecologistas investigam, cada qual a seu modo, as relações que sustentam e emprestam sentido à vida. Defendem uma nova ética, mais comprometida com os interesses coletivos, e uma atenção maior ao planeta que nos acolhe.
Reconhecem a existência de forças que atuam positivamente em defesa do planeta, da manutenção da vida e da biodiversidade; as limitações desses agentes e o risco de desmancharmos o tabuleiro sobre o qual esses sistemas se mantêm estruturados.
Se a ciência ecológica oferece um amplo espectro de observação, interligando sistemas que variam do micro ao macrocosmo, o Espiritismo desdobra esse olhar na direção do plano invisível, alargando enormemente o campo de investigação.
De forma clara e objetiva, o livro instiga o leitor a perceber que as múltiplas crises que experimentamos na atualidade (econômica, ambiental, social, ética) demandam uma nova percepção da realidade e um nível de comprometimento maior com a vida em suas mais diversas manifestações.
Coerente à proposta, o livro foi impresso em papel cem por cento reciclado. – A reciclagem de papéis visa o aproveitamento de fibras celulósicas dos papéis e cartões usados para a produção de papéis novos, contribuindo para a conservação de recursos naturais e energéticos e para a proteção do ambiente.
São vinte capítulos, além da Introdução e um pequeno dicionário ambiental, com mais de cento e quarenta verbetes, que permitem ao leitor melhor entender a complexidade do tema e suas implicações no nosso mundo.
O autor também fornece caminhos para o o aprofundamento desse estudo, informando sites, nos quais podem ser obtidos dados mais precisos e completos. Tudo isso para, em formando conceitos e reflexões, permitir aos que se envolvam na leitura, concluir das prementes responsabilidades perante este tema tão necessário, no mundo atual.
No capítulo Lei de destruição, André reproduz a resposta da questão 728 de O livro dos Espíritos, passando ao comentário, logo em seguida: “Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais de destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e a melhoria dos seres vivos.”
Importa reconhecer o gênero de destruição sobre o qual estamos falando. Um, de origem natural, conspira em favor da manutenção da vida; o outro,de origem antrópica [relativa à ação do homem], determina impactos negativos sobre os ciclos da Natureza, precipitando cenários de desconforto ambiental crescente.
O livro nos remete a reflexões sobre o nosso papel na preparação do Mundo de Regeneração, não somente no aspecto moral, mas também, sobre o que estamos fazendo hoje, pensando no futuro, em relação às condições ambientais. Lembra que seremos nós mesmos que retornaremos para habitá-lo, se assim nos for permitido pelas leis da vida, que regem as reencarnações.
Dando um aspecto prático ao conteúdo teórico, no capítulo Enquanto isso, nos centros espíritas… o autor sugere: […] Sem prejuízo de sua atividade-fim, cada centro espírita poderia realizar ações efetivas em favor da sustentabilidade, em benefício da coletividade e do planeta. […] E a partir daí elenca ações que podem ser implementadas nas nossas Casas Espíritas e que estarão contribuindo para que alcancemos a utopia de vivermos num mundo melhor e mais justo, um mundo sutentável.
Fonte: www.mundoespirita.com.br