"Ante as inúmeras atribuições do trabalho da Casa Espírita, o servidor é convocado pela divina providência a contribuir com sua parcela de serviço, dedicação e sacrifício.
É fácil integrar-se a um grupo como simples coadjuvante no processo de formação numérica de uma organização.
É fácil integrar-se a um agrupamento ou coletividade, mantendo-se à margem das ações e das necessidades que ali existem.
O trabalhador espírita não se contenta em ser mero espectador ante as atividades voltadas para a edificação do ser humano. Sabe, de antemão, que a sua transformação no bem, necessária em sua escalada evolutiva, exige esforço, suor e lágrimas, no âmbito de atuação no meio onde foi chamado a servir.
O esforço de trabalho em equipe delineia-se no horizonte da vida como proposta que fundamenta a melhoria individual e coletiva.
A união de pessoas não se concretiza sem o burilamento dos sentimentos e o uso, bem direcionado, da razão.
Para tanto, é preciso desenvolver a humanidade, sabendo que ainda não somos seres superiores e que à nossa retaguarda há um passado de equívocos que sempre influencia o presente. Assim, em qualquer programa de melhoria de pessoas é preciso considerar as finalidades da obra a que se dedica, mantendo a união em torno dos ideais que alimentam o processo, bem como reconhecer que cada criatura, na posição em que se encontra, é um universo em si mesma, no qual as aspirações nobres nem sempre resultam em ações concretas de ordem elevada. Entre o querer e o realizar há distância significativa, que mede a capacidade de realização de cada um.
O espírito de equipe deve nortear todo propósito que conduz o ser ao seu aperfeiçoamento espiritual, pois ninguém cresce no isolamento. A gregariedade da natureza indica que precisamos uns dos outros, hoje e sempre.
As lideranças positivas se constroem no dia a dia, e os verdadeiros líderes desenvolvem a habilidade de congregar, de juntar, administrando com gentileza e serenidade conflitos, deserções, intrigas.
Compreendem que a equipe, em qualquer situação, é força poderosa capaz de realizar prodígios.
Lembramos, sobretudo, que o apoio mútuo é força indestrutível. Vemos, então, que o personalismo, isto é, a ação individual e isolada nem sempre se revela produtiva para o conjunto, pois há Espíritos que se mantêm em faixas de vibração que ocasionam, pelas sintonias daí originadas, graves desequilíbrios no seio de uma comunidade.
É válido, pois, manter-nos atentos às imperfeições que ainda trazemos no íntimo do ser, cuidando para que elas sejam educadas, modificadas por meio do trabalho incessante no bem.