A mediunidade sempre foi vista como um dom especial que algumas pessoas possuem, para conversar com os espíritos. 

A doutrina espírita procura apresentar a mediunidade como a prova da existência do espírito, portanto da sobrevivência, da imortalidade.

Notadamente muitos estão equivocados quanto ao sentido verdadeiro da mediunidade, pois ela não é um fim, mas sim um meio, ou seja, um meio de se aproximar do mundo espiritual e não o fim em si mesma, pois mediunidade sem um objetivo profundo de melhoria íntima, atualmente, não faz sentido. 

No passado era usada para despertar a humanidade sobre a existência da vida além da vida, mas hoje ela tem um objetivo de mudanças no comportamento, pensamentos e, portanto, nas ações dos médiuns. Qualquer tentativa fora desses objetivos pode facilmente levar à obsessão.

Podemos dividir a mediunidade de duas formas básicas: com Jesus e sem Jesus. 

Na primeira, ela será aplicada em ajuda ao próximo, esclarecendo, orientando, informando, sempre com princípios morais profundos de amor ao próximo, enquanto a segunda tem como objetivo apenas a autopromoção, o ganho material e nesse momento o medianeiro corre um grande risco.

Estudando Kardec no memorável livro dos médiuns, verificamos a existência de inúmeras formas de se operar a mediunidade, tais como: psicografia, psicofonia, vidência, audiência entre tantas outras possibilidades de se comunicar com o mundo extra físico, ou mundo espiritual.

Assim sendo, podemos perceber que a mediunidade é uma ferramenta sublime quando aplicada para a ajuda ao próximo, esclarecimento e aprendizado.

Todo médium precisa ter consciência que o desenvolvimento mediúnico começa com a mudança comportamental, o estudo e a prática da caridade.

A importância de servir ao próximo com amor e desinteresse. A mediunidade é uma dádiva divina destinada a auxiliar e confortar aqueles que estão em necessidade.

A importância da caridade e da solidariedade como meios de vivenciar os ensinamentos de Jesus Cristo. 

O estudo constante, tanto do Evangelho de Jesus quanto de outras obras espirituais e filosóficas.

A importância do discernimento espiritual, a necessidade de distinguir entre boas e más influências espirituais. Nem todos os espíritos desencarnados são benevolentes, e era essencial praticar a mediunidade com responsabilidade e cuidado.

O poder da oração como uma forma de conexão com o divino e como uma ferramenta para auxiliar no desenvolvimento mediúnico e na busca por orientação espiritual.

Reencarnação e a contínua evolução espiritual. Cada vida é uma oportunidade de aprendizado e crescimento.

O risco dos transtornos mentais está sempre presente para o médium desequilibrado, mas quando temos a oração, os comportamentos de amor e caridade, estaremos nos blindando de qualquer desequilíbrio.

Estamos numa fase de transformação e a mediunidade também está passando por um processo de transformação. Atualmente bem já estamos vivendo a mediunidade intuitiva, e com o tempo, vai se intensificar ainda mais. Essa mediunidade intuitiva, ou como dizem alguns uma mediunidade mental, exige ainda mais do médium o estudo profundo do seu eu bem como da mediunidade, como também exige do médium muita concentração, obtida com a prece sincera, a autoanálise sobre seus pensamentos e atos.

Com a mediunidade se apresentando de forma intuitiva, o médium precisa estar preparado para fazer uma leitura exata, para então promover uma escrita ou a palavra, para transmitir o pensamento do espírito da forma mais transparente possível.

O animismo vai acompanhar o médium durante muito tempo, e reduzirá na medida que o médium procurar educar dentro de padrões morais baseado nos ensinos de Jesus. 

Estudar a doutrina, e a mediunidade para conseguir separar o que é dele e o que é do espírito.

No dizer de Miramez: “A mediunidade com Jesus é aquela consciente de seus deveres. É o companheiro ciente do que deve fazer, que se submete constantemente às corrigendas, quando a consciência o instiga à meditação e a humildade retrata as distorções da invigilância”

Jesus sempre será o caminho, a verdade e a vida. Assim podemos afirmar que a verdadeira mediunidade, livre da obsessão e dos transtornos mentais, se “desenvolve” efetivamente com Jesus.

Prof. Wagner Ideali



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