O egoísmo e o altruísmo jamais podem ocupar o mesmo lugar no espaço


“(…) Qual, pois destes três te parece que foi o

próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?”

(Lc., 10:36).


Fiz parte da exemplificação e didática de Jesus; estive presente no coração do Samaritano que

auxiliou a vítima dos salteadores da estrada Jerusalém-Jericó; minha presença também se fez

notar no coração maternal da ex-obsidiada de Magdala e do severo Tapeceiro Tarcense que se

transformaram em Cartas Vivas do Cristo; fiz-me presente na alma do doce “Poverello” de

Assis e de tantos outros anônimos cujos nomes a História não registrou, mas que estão

inscritos na Contabilidade Divina; sou a porta que se abre na direção dos Anjos do Senhor;

tenho, às vezes um sabor acre/doce, visto que germino sempre ao lado dos sofredores, mas

sou, na prática, a testemunha viva e insofismável dos ensinamentos do Meigo Rabi; sou o

sentimento multifacetado que toda criatura necessita acoroçoar no imo d`Alma, a fim de

conquistar a própria paz; sou o sentimento mais apropriado a fazer que a humanidade

progrida; estimulo todos os bons sentimentos; nunca me aproximo dos distúrbios e

aborrecimentos, e todo gesto estóico que salva preciosas vidas, nasce de minhas entranhas…

Antes que chegue minha irmã-caridade, já me encontro no proscênio da necessidade como

sua precursora, pois sei descobrir e auxiliar em todo festival de angústias no palco desolador


das dores humanas; sou a virtude que mais aproxima o homem da angelitude, sou a mais

lídima expressão do vero amor…

O Espírito Miguel afirma (1) que sou “(…) o sentimento mais apropriado a fazer que progridam

os homens, dominando-lhes o egoísmo e o orgulho; sentimento este que dispõe a alma

humana à humildade, à beneficência e ao amor ao próximo; o responsável por comover desde

a intimidade até às fímbrias das criaturas quando estas se deparam com os sofrimentos dos

filhos do Calvário; a força que as impele a dar-lhes mãos socorredoras e lhes arranca lágrimas

de simpatia…”

Jamais posso compartilhar o mesmo espaço com o egoísmo e tampouco com a indiferença da

consciência ancilosada!… Foi utilizando meus abendiçoados recursos que Jesus descerrou os

véus que encobriam os mistérios ocultos e tristes da morte, descortinando os painéis da

Eternidade sem fim… Agasalhem-me no coração e deixem-se levar pelos suaves influxos de

minha dileta irmã, a Caridade, e retribuirei com paz, harmonia, serenidade e amor, pois me

chamo PIEDADE!…

Autor: Rogério Coelho

Fonte: http://www.agendaespiritabrasil.com.br/

Nota do editor:

Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://br.pinterest.com/pin/127860076899412609/?lp=true>. Acesso em: 21JAN2020.

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