Dar com a mão direita sem que a esquerda perceba, ou saiba, ou veja, é um grande desafio para todos
nós na realização da caridade, Espíritos em evolução, nesta oficina Terra que também se constitui em
hospital e escola, onde buscamos a cura espiritual, o aprendizado da vida e a reforma da nossa
intimidade, da nossa forma de ver, sentir e vivenciar a realidade.
O mestre Jesus não nos deixa à deriva nesse desafio evolutivo. É o ser empático por natureza e sabe das
nossas necessidades. Então, Ele surge em nosso caminho e nos indica a direção:
“Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita, a fim de que a
esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará.” (Mateus,
6: 3 e 4) – Grifo nosso.
Aqui, estamos diante de dois desafios a vencer: o da mão direita e o da mão esquerda; sendo este
considerado o mais difícil, por representar as emoções, o envaidecimento, a fama, os interesses, etc.
Devemos ter todo o cuidado possível em dar caridade sem jamais colocar o irmão necessitado em
constrangimento perante a sociedade e até de si mesmo. Ao dar algo material e/ou espiritual, temos de
ter em mente a preservação, bem como o respeito, da imagem daqueles a quem devemos prestar as
devidas assistências, caso contrário estaremos entrando na zona da descaridade.
Embora o texto evangélico em comento retrate a questão da esmola, podemos racionalmente estender a
sua interpretação às mais diversas situações do dia a dia que exigem de cada um de nós o desafio da
transformação moral e de nos esforçarmos em domar as más inclinações ou más tendências, que ainda
nos restam, através das ações de dar e de doar a nossa boa vontade em favor de cada um de nós em
particular e da coletividade.
Retomando a questão da mão esquerda e da mão direita, embora haver uma grande preocupação com as
fragilidades emocionais e sentimentais da mão esquerda, devemos ter, também, os devidos cuidados e a
devida vigilância em relação à mão direita, ainda que ela seja considerada a mão da razão, por ser a mão
da consciência, a mão que planeja e que orienta, a mão que aponta caminhos e a que tem o poder de
controlar as emoções.
Pensemos nisso!
Autor: Yé Gonçalves
Fonte: https://espirito.org.br