Futuras gerações dificilmente acreditarão que tenha passado sobre a face da terra, em carne e osso, um homem como ele.
Essa afirmação de Albert Einstein (1879-1955) diz respeito ao líder indiano Mohandas Gandhi (1869-1948).
Quando analisamos sua existência, a maneira absolutamente incrível como libertou seu país do jugo inglês, entendemos a admiração do grande físico. A Índia era a joia mais preciosa da coroa britânica, destacando-se num império tão grande, em seu apogeu, que nele o sol nunca se deitava.
Os ingleses não estavam nada dispostos a atender os reclamos de liberdade do povo indiano, nem preocupados com aquele homem mirrado que encarnava os anseios populares.
Não contavam com sua espiritualidade, a capacidade de mobilização para o mais incrível de todos os movimentos em favor da liberdade – a desobediência civil. Por orientação de Gandhi, deveria ser sustentada pelo princípio da não-violência nos confrontos com os usurpadores do solo pátrio. Havia quatro itens fundamentais:
Violência física: Não agredi-los.
Violência verbal: Não falar mal deles.
Violência mental: Não pensar mal deles.
Violência emocional: Não odiá-los.
Os homens liderados por Gandhi paralisavam trens, desobedeciam leis, infringiam regulamentos, sustentavam greves… Pacificamente, deixavam-se prender e torturar sem alimentar ódios ou ressentimentos. E porque não podiam, indefinidamente, atacar e encarcerar aquelas multidões que corajosamente infringiam suas leis e obstinadamente recusavam reagir às suas agressões, os ingleses acabaram se convencendo de que a única solução seria deixar a Índia.
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Diz Gandhi: A não-violência é a lei da espécie humana, assim como a violência é a lei do bruto. O Espírito jaz dormente no irracional, que não conhece outra lei senão a força. A dignidade do homem exige obediência a uma lei superior – ao poder do espírito.
O mahatma (grande alma) está nos convidando a assumir a condição humana, marcada pelo empenho de nos sobrepormos aos instintos. Foi assim que ele libertou um povo. É assim que nos libertaremos do bruto ainda dominante no comportamento humano.
Mostrando-nos o vasto painel que se desdobra além-túmulo, a Doutrina Espírita enfatiza que é de fundamental importância limpar nosso coração de mágoas e rancores, pesos terríveis que nos prendem a faixas vibratórias inferiores, a sustentar males variados que nos oprimem.
Sugiro, leitor amigo, façamos um teste para verificar nosso enquadramento nos princípios preconizados por Gandhi.
Imaginemos que alguém nos ofenda ou prejudique.
Consideremos o comportamento ideal:
Violência física: Não cogitamos de dar-lhe um tiro ou uns bons sopapos.
Violência verbal: Não exprimimos indignação em termos fortes e altissonantes, nem homenageamos a senhora sua mãe, atribuindo-lhe aquela profissão pouco recomendável.
Violência mental: Não alimentamos o desejo de que seja atropelado por um trem ou vá para o diabo que o carregue.
Violência emocional: Não ficamos a verrumar o mal que nos causou, a vibrar de ódio por ele e pena de nós mesmos.
Se forem essas as nossas reações estamos de parabéns. Deixamos a caverna do bruto ancestral.
Melhor ainda quando formos capazes de agir como o próprio Gandhi. Um repórter lhe perguntou se já havia perdoado seus inimigos.
– Nunca perdoei ninguém.
– Não entendo… o senhor, líder espiritual do povo indiano, contrário a qualquer sentimento de animosidade, não perdoa seus inimigos?!
– Não é preciso. Nunca me senti ofendido…
Autor: Richard Simonetti
Fonte: https://www.correioespirita.org.br/
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Muito bom artigo. Parabéns.