Será que Ele estava gostando do filme que estávamos exibindo? Um roteiro repleto de individualismo, soberba, falta de tolerância, impaciência. Uma história recheada de lutas e ódios, em que muitos irmãos mais vulneráveis têm sido deixados para trás. Brigas pela propriedade da verdade, choques de egos e vaidades, prepotência e arrogância, onde a opinião contrária representa inferioridade moral e gera desprezo intelectual.
Acho que Ele não estava curtindo não.
Em todo o planeta, o mesmo enredo: os poderosos se achando donos do mundo. Seja qual for a orientação política, “se estou no poder é do jeito que eu quero”. “Quem não pensa igual a mim, tá errado e não serve”.
Refletindo sobre isso tudo, eis que de repente me veio a mente aquela música:
“Assim caminha a raça humana
Se devorando um a um
Gritei para o horizonte
Ele não me respondeu
E então fechei os olhos, Sua voz
Assim me bateu…”
Uma voz forte, porém extremamente amorosa, me indagou firmemente:
- Filho, é certo isso que estão fazendo? Veja, nos quatro cantos do mundo Eu vos enviei espíritos queridos que mostraram a vocês o Caminho, a Verdade, a Vida.
- Buda, Maomé, Krishna, Zoroastro, e muitos outros.
- Dentre eles, enviei Jesus, que lhes ensinou tudo que pedi sobre como devem conviver como irmãos. Que se sacrificou na cruz para que Sua mensagem se eternizasse e a quem deleguei a missão de ser o Governador Espiritual da Terra.
- Qual foi a parte do mandamento que Ele deixou convosco que não entenderam? Quando Ele disse: “Amarás ao Senhor teu Deus com todo teu coração, e com toda tua alma, e com todo teu entendimento. Amarás a teu próximo como a ti mesmo”.
- Para que não houvesse dúvidas quanto a isso, até mesmo porque o entendimento de cada um pode variar e o amor próprio também, meu filho querido pouco antes de Seu sacrifício procurou ser mais explícito, amplificando sua mensagem, quando disse a Seus apóstolos: “AMAIS-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI”.
E completando, disse-me o Pai:
- Pois, agora, como parece que estes ensinamentos estão cada vez mais esquecidos, me senti na responsabilidade de teclar no pause.
- Isso mesmo. Tive que dar uma parada neste filme que até aqui não está me agradando. Afinal, por mais que as pessoas frequentem templos religiosos, orem, me louvem e me admirem, acho que não entenderam ainda que não quero essa devoção toda para mim. O que espero de cada um é mais fraternidade, solidariedade, respeito às diferenças, perdão pela falha do próximo, cuidado coletivo com os mais frágeis. Que saibam apoiar-se mutuamente, que respeitem o meio ambiente, que prestem atenção às dores do outro, que dediquem tempo aos idosos, que dividam o que tem. Que respeitem os direitos dos outros, de pensarem e agirem de outra forma. E, sobretudo, que valorizem a família. Que dentro de casa estejam sempre unidos. Porque só conseguiremos ampliar a extensão do bem que podemos fazer no mundo, se em casa formos capazes de amar aqueles com quem dividimos o pão nosso de cada dia, de curamos nossa mazelas interiores, de compartilharmos os momentos felizes e auxiliarmos na superação das aflições dos nossos entes queridos.
Após receber essa mensagem tão direta do Altíssimo, meio que sem ação só tive o reflexo de perguntar:
- Mas, Senhor, quanto tempo durará essa pausa? Quando voltaremos à vida normal?
Eis que a mesma voz doce e sublime respondeu-me firme e serenamente:
- O tempo da pausa vai depender da luz que brilha no coração de vocês.
- Esse vírus que está aí é potente. Mas não encontra espaço para progredir onde o amor vibra intensamente. Onde a generosidade se faz presente. Onde a fraternidade impera.
- Naqueles lares, naquelas cidades e países, no entanto, onde a ansiedade fervilha, onde o egoísmo prevalece, onde a ganância insiste em permanecer, aí só me restará a pausa maior, porque, neste momento, este é o recurso que escolhi para que as pessoas coloquem a mão na consciência.
- Mas, filho, ora e acalma o teu coração. Eu estou com cada um de vocês. Para uns que ainda não compreenderam meu chamado, esta pausa vai precisar ser um pouco maior. Para outros que possuem o coração mais enternecido, peço que acreditem na minha providência, tenham um pouco mais paciência e utilizem essa pausa para fortalecer seus laços e sua fé e para internalizarem a mensagem que meu filho Jesus deixou com vocês, vivenciada através de Seu exemplo quando Esteve entre vós.
Após ouvir esta última frase, acordei com uma sensação incomparável de paz e alegria imensa no coração!
Que Deus esteja com todos nós hoje e sempre!
Tudo passa. Isso também passará. Amém!
Fonte: http://www.umcaminho.com