Toda informação tem a sua importância, a educação é muito importante e o conhecimento

é muitíssimo importante.

Não por acaso, a veneranda Doutrina Espírita, em variadas passagens de suas obras

básicas, sugere, aconselhando, que as leiamos e estudemos de modo continuado, cada vez

mais, sempre, uma vez que só nos trará benefícios de variada ordem, a começar pelo fato de

que o conhecimento que adquirirmos e consolidarmos nos pertence, verdadeiramente, não

havendo traça que o consuma, ferrugem que o corroa nem ladrão que o roube.

E não podemos perder de vista, pois é da maior relevância, que o conhecimento adquirido

e consolidado permanecerá conosco nesta e em futuras reencarnações, e até mesmo num

futuro ainda bem longe e muito distante em que não precisemos mais reencarnar, ou seja,

permanecerá conosco para todo o sempre, uma vez que o Espírito imortal e indestrutível, que é

o verdadeiro ser, o ser pensante da Criação, é o arquivo da memória e viverá para sempre.

Apenas para enfatizar: todos nós viveremos para sempre!

Ler (e estudar) é um hábito que pode ser adquirido, a qualquer momento, muito facilmente,

por quem saiba ler. Além de importante, é saudável e deveras agradável. Basta começar para

chegar-se a esta conclusão. A propósito, logo após a questão 685 de O Livro dos Espíritos, em

comentário pessoal, o nosso eminente Allan Kardec afirmou: a educação é o conjunto dos

hábitos adquiridos. Assim, se ainda não o temos, criemos o hábito de ler e estudar,

continuamente, estupendo modo de avançar e compreender melhor tudo o que se passa em

nossa existência – para dizer o mínimo.

A Vida é uma só!

E é mesmo, apenas que desdobrada em várias existências; a que estamos vivenciando

agora aqui no planeta Terra é apenas uma delas.

Com a publicação de O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857, um sábado de

primavera em Paris, França, o Espiritismo passou a ser registrado por escrito e neste livro, que


constitui a sua obra fundamental, ficou provada e comprovada, de maneira clara, lógica e

racional, a existência do Mundo Invisível, também chamado de Mundo Espírita ou de Mundo

Espiritual, de onde proviemos e para onde todos regressaremos, cada um a seu tempo. Houve

uma verdadeira revolução no conhecimento humano.

Comprovou-se que a Vida Verdadeira transcorre no Mundo Invisível e que aqui, no

chamado planeta azul, estamos somente de passagem, ainda que por cem ou mais anos,

especialmente para aprender, crescer, progredir intelectual e moralmente, avançar, procurar

fazer sempre o Bem, iniciando pelo exercício da fraternidade, tratando-nos reciprocamente

como irmãos, que efetivamente somos, porquanto somos filhos do mesmo Pai Celestial, do

mesmo Pai Universal, que é Deus, a Inteligência Suprema, Causa primária de todas as coisas 1 .

Algumas pessoas não acreditam no que não veem e, por consequência, não acreditam no

Mundo Invisível. É um direito que têm e que decorre de seu livre-arbítrio.

Entretanto, há coisas que não se veem, mas existem. O exemplo mais simples é o ar. O ar

não se vê, mas existe, e até pode ser sentido quando uma brisa leve chega ao encontro do

nosso rosto.

Há aproximadamente quinhentos anos, sequer se suspeitava da existência de micro-

organismos, de seres infinitamente pequenos como passaram a ser chamados depois. Com a

invenção do microscópio, no entanto, ficou provada e comprovada a sua existência. Eram

invisíveis a olho nu, mas existiam, e provocavam inúmeros problemas, sobretudo os ligados à

saúde dos seres humanos. Invisíveis, mas existentes.

As ondas de rádio e televisão não se veem, mas também existem e funcionam: ligado o

aparelho receptor correspondente, capta-se a transmissão da emissora de rádio ou de televisão.

E, além desses poucos, há um sem-número de exemplos.

Todos nós somos Espíritos ou Almas que, depois de criados por Deus, viveremos para

sempre.

Agora, vivemos num pequeno planeta chamado Terra. A propósito, convém recordar o que

disse Jesus, o Cristo: Há muitas moradas na casa de meu Pai.

A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no

espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao

adiantamento dos mesmos Espíritos 2 .

Há, portanto, a indicação irrecusável da existência de muitos mundos habitados no

Universo [ou nos universos, para quem imagina e até admita a existência de outro ou outros. Se

vier a ser comprovada cientificamente tal existência, não haverá dúvida: terá sido obra de Deus,

causa primária ou primeira de todas as coisas].


Quando chegar o momento de nossa desencarnação, e ela chegará para todos, cada um

no seu devido tempo, nosso corpo físico vai se decompor e se transformar ou será cremado,

sim, mas o Espírito não morre, uma vez que é imortal e indestrutível, de tal modo que sai do

corpo, mas não sai da Vida. Assim, retorna o Espírito para o Mundo Invisível, para o Mundo

Espírita ou Mundo Espiritual, de onde proveio, a sua verdadeira Casa.

Em outra oportunidade, mais adiante, esse mesmo Espírito reencarnará em novo corpo

físico, construído especialmente para ele, o que começa a ocorrer pela fecundação, ocasião em

que se inicia a vinculação, e se conclui com o posterior nascimento com vida.

Ao contrário do que possa aparentar, não é difícil tal compreensão. Basta que

comparemos a reencarnação [que literalmente significa entrar de novo na carne], por exemplo,

com o trabalho de um ator de teatro ou de televisão. Ora seu personagem é um mocinho, ora é

um vilão, ora é alguém cruel, ora é uma pessoa boa, ora é muito triste, ora é bastante alegre,

ora é de uma bondade admirável etc.

Os personagens são diferentes? Sim, são muito diferentes. No entanto, o ator é o mesmo.

Exatamente o mesmo. Simples assim.

Por estas rápidas pinceladas, é de todo conveniente que aproveitemos a informação

doutrinária e leiamos e estudemos o assunto com a maior atenção, porque – sem qualquer traço

de imposição – seguramente obteremos a convicção de que a Vida é uma só, desdobrada em

várias existências.

Com a compreensão e a convicção, nossa vida na atual existência sofrerá enorme

transformação, para melhor, visto que doravante procuraremos ser pessoas melhores, mais

tolerantes, mais pacientes, mais compreensivas, mais agradáveis, capazes de enxergar no

próximo um irmão e fazer a ele o que gostaríamos que ele nos fizesse, o que virá ao encontro

de um dos objetivos do Espiritismo: o melhoramento geral do ser humano 3 .

E, como se não bastasse, para esta e tantas outras empreitadas positivas e edificantes,

poderemos contar sempre com Jesus, Modelo e Guia da Humanidade, nosso Irmão mais velho,

nosso Mestre, nosso querido Amigo e Companheiro de todas as horas, o Ser mais humilde e

mais simples que já esteve na Terra e que dividiu a História da Humanidade.


Referências:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. pt. 1, cap. I, q. 1.

2. O Evangelho segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 2001. cap. III, item 2.

3. Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos. Ano 1859, v. VII. São Paulo: EDICEL,

1999. Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas – Discurso do encerramento do ano

social (1858-1859).

Autor: Antônio Moris Cury

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