Sempre que possível, desacelere!
Observe melhor o que está à sua volta e observe-se também.
Perceba o que habitualmente pensa, sente e cultiva em sua mente.
Avalie com sinceridade como anda a sua qualidade de vida.
Sente o ar que respira? Dá importância a esse registro ou julga isso uma perda de tempo?
Cede ao condicionamento de andar rápido, mesmo tendo tempo de sobra para chegar ao seu destino?
Ouve prestando atenção ao que o outro tem para dizer ou fala emendando um assunto no outro?
Durante as refeições, mastiga calmamente ou sai logo engolindo o alimento por conta da pressa?
No trânsito, dirige sem apostar corrida ou enxerga nos demais possíveis adversários querendo roubar o seu lugar e serem mais espertos?
Faz pausa entre os pensamentos ou anda o tempo todo num ritmo mental frenético e enlouquecedor?
Desacelerar não é deixar de planejar, ignorando prazos e objetivos, é considerar que tudo isso pode ser feito de modo mais humano.
É desaprender a competição pela competição.
É rever o consumo de coisas e ideias.
É não se escravizar às redes sociais nem definir sua própria individualidade a partir delas.
É sair do automatismo que nos impede de ampliar sensações e percepções.
É esvaziar-se das informações inúteis, das emoções envelhecidas, das culpas que nunca tivemos, das cobranças absurdas que nos permitimos e das comparações sem sentido que vivemos fazendo.
É sentir o próprio coração!
Desacelerar não é parar, aplaudir a lerdeza ou incentivar a preguiça, mas andar, sentir e viver com mais atenção, calma e alegria.
É se enxergar nos olhos de alguém.
É brincar com um animal.
É ver o vento acariciando as árvores.
É ouvir um pássaro cantando.
É mexer na terra.
É experimentar tranquilidade ao ver seu filho dormindo.
É sentir-se vivo e grato pela vida.
É ter mais cuidado consigo.
É se amar um pouco mais…
Cezar Braga Said
Página extraída do livro Floresça onde estiver, publicado
pela Federação Espírita do Paraná, em março de 2020, na
XXII Conferência Estadual Espírita, no Expotrade, em Pinhais/PR.