Sofres sob a pressão de amargas crises

E atravessas momentos infelizes,

Qual se andasses por senda estranha e má;

Mas embora sem força a que te arrimes,

Não te detenhas, nem te desanimes,

— Outro dia virá.

 Se caíste na estrada, ergue-te e lida,

Trabalhar e esquecer é a grande lei da vida,

Porque o tempo a servir, tudo renovará;

A todo ser que chora, a quem luta e se cansa,

Eis que o mundo repete a canção da esperança:

— Outro dia virá.

 Olha o tronco podado, amplamente despido,

O solo massacrado, o campo desvalido,

Fita o charco onde está…

Mostram, por fora, a mágoa que os encerra

Mas guardando, por dentro, a mensagem da Terra:

— Outro dia virá.

 Desse modo, igualmente, alma querida e boa,

Carrega a própria cruz, ama, serve e perdoa,

O caminho de Cristo é o mais belo que há;

Deus é o Supremo Amor e a Suprema Beleza,

E nos diz pelo Bem, de surpresa em surpresa:

— Outro dia virá.

Maria Dolores/Chico Xavier

Do livro: Coração e vida, capítulo 12

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