Publicada em Paris, França, em 1912 e traduzida por Guillon Ribeiro, a obra aborda com impressionante riqueza de informações os fenômenos mediúnicos de voz direta, de vidência e de premonição na vida missionária de Joana d’Arc.

Inspirado pela própria Joana e com a lucidez que o notabilizou ao longo de mais de 60 anos a serviço da divulgação do Espiritismo, Léon Denis deu à “Donzela de Lorena” sua real dimensão no conturbado período da Guerra dos 100 anos, entre a França e a Inglaterra.

Existiam contradições gritantes entre os “místicos” e os “históricos”, como Anatole France, consagrado escritor francês, que estavam desfigurando a grandeza das ações da extraordinária heroína nesse conflito que mudaria os rumos da grande nação, preparando-a para os feitos do futuro, ao propiciar condições para o surgimento, mais tarde, do glorioso período do Iluminismo, que abriria as portas da liberdade do pensamento, a fim de que a Revelação Consoladora, por intermédio de Allan Kardec, pudesse erguer a bandeira alvinitente dos tempos novos.

Mais do que uma narrativa biográfica, “Joana d’Arc Médium” objetiva comprovar, de forma inconteste, a presença da Espiritualidade Superior influenciando as decisões da “Virgem Guerreira” nos grandes momentos de sua vida, desde os treze anos de idade, como no Castelo de Chinon, ao identificar o rei Carlos VII, que se disfarçou para testar seus poderes psíquicos.

Em seus depoimentos, no processo de condenação que lhe moveu o Tribunal da Inquisição, não hesitou afirmar corajosamente: “Vi São Miguel e os anjos com os olhos do meu corpo, tão perfeitamente como vos vejo agora”. “Abracei Santa Catarina e Santa Margarida. Rescendiam perfumes”.

O autor faz minucioso relato da trajetória transcendental desse nobre Espírito, desde o seu nascimento, na pobre casinha de Domrémy, até a sua execução cruel em 30 de maio de 1431, quando foi covardemente queimada em praça pública na cidade de Rouen, mostrando, de forma cabal, que a modesta e inculta camponesa nada poderia fazer sem a ajuda decisiva do Céu.

O amor de Joana pela Pátria, pela Humanidade e pelo Cristo emociona às lágrimas. Seu caráter é retratado com sentimento de veneração.

Posteriormente, depoimentos valiosos de generais e autoridades atestaram sua genialidade militar.

A Igreja, arrependida do grave erro cometido pela Inquisição, buscou reabilitá-la e a beatificou em 24 de abril de 1909, na Catedral de São Pedro, no Vaticano, em Roma, com enorme pompa, sob a direção do papa Pio X, diante de mais de 30.000 pessoas presentes. Em 1920 foi canonizada, recebendo o título de “santa”.

Denis conclui afirmando que “nas horas de crise e de provação, a Humanidade não fica abandonada a si mesma. A vida de Joana é uma das manifestações mais brilhantes da Providência Divina na história. Fortíssima comunhão existe entre os dois planos da vida visível e invisível”.

Ao espírita, o livro passa um sentimento arrebatador de fé verdadeiramente cristã.

 Autor: Léon Denis

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