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30/06/2020 21H31
Nas contingências afligentes do cotidiano e ao largo das horas
que parecem estacionadas sob a injunção de dores íntimas,
extenuantes, que se prolongam, não te deixes estremunhar, nem
te arrebentes em blasfêmias alucinadas, com que mais
complicarás a situação.
Tempestade alguma, devastadora quão demorada, que não
cesse.
Alegria nenhuma, repletada de bênçãos e glórias, que se não
acabe.
A saúde perfeita passa; a juventude louçã desaparece; o sorriso
largo termina; a algaravia de festa silencia...
Da mesma forma, o aguilhão do infortúnio se arrebenta; a
enfermidade se extingue; a miséria muda de lugar; a morte abre
as portas da vida em triunfo...
Tudo quanto sucede ao homem constitui-lhe precioso acervo, que
o acompanhará na condição de tesouro que poderá investir,
conforme as circunstâncias que lhe cumpre enfrentar, ao
processo da evolução.
Os que aspiram a fortunas alegam, intimamente, que se as
possuíssem mudariam a situação dos que sofrem escassez. No
entanto, os grandes magnatas que açambarcam o poder e
usufruem da abundância, alucinam-se com os bens, enregelando
os sentimentos em relação ao próximo...
Quantos anelam pela saúde, afirmam, no silêncio do coração, as
disposições de aplicá-la a benefício geral. Não obstante, os que a
desfrutam, quase sempre malbaratam-na nos excessos e
leviandades com que a comprometem, desastrados...
O bem deve ser feito como e onde cada qual se encontre.
Em razão disso, as situações e acontecimentos de que se não é
responsável, no momento, devem ser enfrentados com
serenidade e moderação de atos, por fazerem parte do contexto
da vida, a que cada criatura se vincula.
A vida são o conteúdo superior que dela se deve extrair e a forma
levada com que se pode retirar-lhe os benefícios.
Um dia sucede o outro, conduzindo as experiências de que se
reveste, formando um todo de valores, que programam as futuras
injunções para o ser.
Recorre, as situações diversas, aos recursos positivos de que
dispões, e aguarda os resultados desse atitude.
Jesus é sempre o exemplo.
Poderia haver liberado todos os enfermos que encontrou pela
senda; mas não o fez.
Se quisesse, teria modificado as ocorrências infelizes, que o
levaram às supremas humilhações e à cruz; todavia, sequer o
intentou.
Conferiria fortuna à pobreza, à mole esfaimada que O buscava,
continuamente; todavia, não se preocupou com essa alternativa.
Elegeria para o Seu labor somente homens que O
compreendessem e Lhe fossem fiéis, sem temores, nem
fraquezas; porém optou pelo grupo de que se cercou.
Modificaria as estruturas sociais e culturais da Sua época; sem
embargo, viveu-a em toda a plenitude, demonstrando a
importância primacial da experiência interior e não dos valores
externos, transitórios.
Apresentar-se-ia em triunfo social, submetendo o reizete que Lhe
decidiu a sorte; apesar disso, facultou-se viver sob as condições
do momento em plena aridez de sentimentos e escassez de amor
entre as criaturas...
Jesus, no entanto, conhecia as razões fundamentais de todos os
problemas humanos e a metodologia lenta da evolução;
identificava que a emulação pela dor é mais significativa e
escutada do que a do amor, sempre preterido; sabia do valor das
conquistas superiores do Espírito, em detrimentos das falazes
aquisições que se deterioram no túmulo e dissociam os tesouros
da alma.
Tem, portanto, coragem e faze como Ele, ante dificuldades e
problemas que passarão, armando-te hoje de esperança para o
teu amanhã venturoso.
Autor: FRANCO, Divaldo Pereira. Alerta. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.