Certa historieta de autoria desconhecida conta que um sábio pai estava prestes a desencarnar, ou seja, entregar o corpo físico à morte que libertaria sua alma cativa para a imortalidade espiritual. Esse pai tinha a preocupação de mostrar aos filhos que deviam ser próximos, apoiando-se mutuamente perante as dificuldades que naturalmente enfrentariam, afinal, a vida não é exatamente um passeio e as desditas não preservam ninguém. Em seu leito de morte, tendo chamado seus filhos, tinha intenção de deixar derradeira e importante lição.

O moribundo pediu que trouxessem várias varetas, todas de mesma espessura. Tendo-as recebido, entrega a cada um deles uma vareta e pede que tentem quebrá-la, o que foi facilmente realizado, pois eram frágeis, sem muita capacidade de resistência. Atendida tal solicitação, o pai faz outra. Após reunir todas as varetas restantes num só maço, entrega ao filho mais velho e pede novamente que as varetas sejam quebradas. O filho não consegue cumprir a meta atribuída pelo pai, então passa as varas ao irmão do meio que, por sua vez e também incapaz, repassa ao terceiro, igualmente sem nenhum sucesso.

A lição do sábio pai serve a todos nós, sem exceção. Ela faz singelo, mas poderoso alerta sobre os perigos da postura individualista. Tal conduta leva as pessoas à fraqueza, à falta de condições para resistirem aos embates da vida que seriam mais facilmente solucionados se fossem solidárias umas com as outras. Filho dileto do egoísmo, o individualismo impede a colaboração mútua e a implantação da fraternidade. É o mais produtivo meio de enfraquecimento da sociedade, método estimulado pelos que desprezam a solidariedade que auxilia o progresso sem exclusão de ninguém.

O individualista não raramente foi levado a acreditar que não pode confiar em outrem, que tem que ser melhor e deve superar o próximo a qualquer preço, mesmo que para isso precise pisar naqueles com quem compete, que precisa lutar ferrenhamente por direitos e espaços, pois não há o suficiente para todos. Ele pensa ser forte, mas como vareta solitária, é pouco resistente às adversidades. Sem união de energias, intenções e poderes qualquer um domina quem age solitariamente. Só há escassez e fraqueza onde existe egoísmo. É preciso matar essa doença social, pois juntos é que somos fortes.

Autor: Vania Mugnato
Fonte: https://espirito.org.br

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