A maior parte das pessoas impacienta-se e irrita-se com facilidade, seja com uma manifestação corriqueira ou acidental. Determinadas pessoas ainda desconhecem a dessemelhança entre a irritabilidade e a irritação. A irritabilidade consiste somente de uma condição do estado de espírito predisposto, ao passo que a irritação é o próprio impulso que precipita a irritabilidade. As características essenciais da irritação são manifestações de impaciência em total desestabilização, criadas até mesmo, por insignificantes questões. Em alguns casos, o indivíduo submetido ao experimento de situações circunstanciais de aborrecimentos pode não se importar e conservar-se imune diante de tais dificuldades. Todavia, não é capaz de travar o impulso da impaciência diante de um simplório episódio pouco expressivo.  O mesmo indivíduo pode manifestar total tranquilidade perante a desencarnação de um familiar muitíssimo amado, mas, contraditoriamente, pode perder a paciência se alguém esbarrar em seu corpo sem intenção. Essa oscilação de temperamento evidencia que a irritação é um consumo desnecessário de energia gerada por eventos sem relevância.

A irritação pode originar-se pela intervenção de pequenos pormenores. Isto não quer dizer que os mesmos pormenores sejam o agente direto da irritação, mas somente a ponte para desenvolvê-la. O motivo da irritação, em questão, habita dentro da própria pessoa. É o resultado da colisão de dois trajetos nervosos, que geram este conflito. Quando este choque passa a existir, tornam-se visíveis os sintomas da irritação.

Ainda que a irritação consista em estimular uma descarga de crise nervosa, ela é dotada de uma incumbência: Corresponder pela descarga nervosa a intervenção de sua procedência, como contrapeso ao dano que uma intervenção qualquer acarretou ao nosso amor-próprio, ou mexeu com nossos brios. Ela busca menosprezar o elemento originário dessa irritação.

Sabemos que Perder a cabeça é uma coisa que se tornou rotineira nos dias de hoje: Pressões no trabalho, problemas da casa, situações financeiras, tudo isso contribui para momentos de irritação e nervosismo. Mas há algumas maneiras de controlar a situação. Muitas técnicas ajudam pessoas que têm problemas de irritação acima da média. Você é uma delas e ainda não achou a melhor maneira de controlar momentos de irritação? Eis aqui algumas técnicas que ajudarão a acalmar a sua mente e contribuirão para uma vida melhor no dia a dia: Harmonia espiritual, terapias complementares, meditações e exercícios físicos.

O problema normalmente se dá quando a pessoa perde o controle do estado emocional e começa a reagir intensamente sobre algo que não tem essa devida proporção. Por consequência de outros sentimentos que surgem muitas vezes ao mesmo tempo, como ansiedade, agitação, pressa e descontrole emocional, ocorrem alterações fisiológicas, como: tremor, falta de ar, dor muscular, coração acelerado, pelos arrepiados etc.  O que desencadeia a irritação pode ser algo interno ou externo. Existem diversas causas que podem provocar irritabilidade e descontrole emocional; muitas vezes a causa está no mau funcionamento do cérebro, e do estado emocional que a pessoa se encontra por consequência das escolhas e pensamentos que ela tem sobre a vida. Quando pensamos e agimos de forma irritada recebemos vários feedbacks, respostas e estímulos de outras pessoas por consequência de nossos atos e isso pode se tornar uma bola de neve negativa.

Os acontecimentos em si não são justificativas para um ato grosseiro ou mesmo irritadiço. Na verdade, não são os outros que nos irritam, mas nós que nos irritamos e nos incomodados com as pessoas e situações à nossa volta. O controle está em nossas mãos, cada um pode fazer diferente com novas ferramentas emocionais e atitudes. Lembre-se “As pessoas sempre fazem o melhor que podem, segundo seus recursos disponíveis em cada momento.” Assim como você faz seu melhor no momento, as outras pessoas também fazem. E a partir da aceitação disso, você pode buscar melhorias, um estado de melhor resultado e qualidade naquilo que você quer. Todos fazem o que podem, com as informações que dispõem no momento. Depois que o tempo passou é mais fácil ver e refletir sobre o que passou, mas não se pode aplicar essa percepção injustamente, pois agimos segundo o presente. Por isso, todo e qualquer julgamento pode ocorrer distorções, generalizações ou equívocos, as atitudes podem dar margem para interpretação impensada e errada.

A impaciência, por sua vez, não está instalada nos seu DNA, nem na sua constituição como ser humano. Trata-se de um padrão de conduta aprendido. Desse ponto de vista, também é possível reeducar as emoções para que correspondam a uma forma de agir mais construtiva. Existem diferentes formas de conseguir isso, mas uma das mais eficazes é simplesmente praticar a paciência.

O espiritismo acrescenta que a paciência é a virtude de suportar calmamente as dificuldades físicas e morais, para vencê-las. Foi exatamente o que Jesus exemplificou durante toda a Sua vida aqui na Terra; afinal, Ele é o modelo e guia oferecido por Deus à humanidade. Nessa condição, o Mestre nos ensinou que “é na paciência que ganhareis as vossas almas” (Lucas, 21: 19). Isto quer dizer que a criatura impaciente, que perde a calma e é incapaz de manter o controle emocional, acaba perdendo sua alma nos labirintos da perturbação.

E caso você precise vencer a impaciência, ore assim como Bezerra de Menezes nos orientou no livro “Preces Espíritas – do autor Pompílio Possera de Eufrásio – Ed. Eco: “Pai de Amor e Bondade. Dá-me forças para suportar com paciência as provas por que passo; ilumina minha alma para compreender o próximo que tudo faz para me irritar; ajuda-me sempre, Senhor, a ficar calado na hora de qualquer conflito; ampara-me, a fim de não tomar qualquer decisão precipitada na vida e vir a me arrepender depois; e que eu tenha, Senhor, muita paciência para perseverar na edificação do bem, mantendo a calma em todos os momentos da vida. Assim Seja!”

Artigo do Jornal: Jornal Marco 2019

Autor: Paulo Velasco


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