Negar a reencarnação equivale a negar as palavras de Jesus

vez que Ele a confirmou muitas vezes

“(…) Como pode um homem nascer já estando velho”?

Como pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

– Nicodemos. (Jo., 3:4.)

A perplexidade de Nicodemos ante a insofismável afirmação do Mestre sobre a reencarnação,

é a perplexidade atual, de quantos ainda não conseguiram alcançar os sábios desígnios da

Justiça Divina, acionados pelos mecanismos da Lei de Causa e Efeito.

Allan Kardec explica (1): “são chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de

ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino

tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de

levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas

imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando

combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então não mais desmentida pela Ciência, a

Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não

podendo opor mais a irresistível lógica dos fatos”.

Continua ainda a explicação do Mestre Lionês (2): “a reencarnação fazia parte dos dogmas dos

judeus, sob o nome de ressurreição. Mas as ideias dos judeus sobre este ponto, como sobre

muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas

noções acerca da Alma e de sua ligação com o corpo físico. Acreditavam que um homem que

vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato podia dar-se.

Designavam pelo termo de ressurreição o que o Espiritismo chama reencarnação.

Com efeito, a ressurreição dá ideia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência

demonstra ser materialmente impossível. A reencarnação é a volta da Alma ou Espírito à vida

corpórea, mas em um outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum

com o antigo.


Negar a reencarnação equivale a negar as palavras de Cristo vez que em muitos episódios Ele

a confirmou. Tão somente a reencarnação pode dizer ao homem donde ele vem, porque está

na Terra e para onde vai, além de justificar todas as pretensas anomalias e aparentes

injustiças que a vida apresenta. E, por outro lado, não podemos entender o Evangelho de

Jesus apartado da reencarnação, vez que sem o princípio da preexistência da Alma e da

pluralidade das existências, tornam-se ininteligíveis, em sua maioria, as suas máximas, razão

por que hão dado azo a tão contraditórias interpretações. Somente o princípio da reencarnação

lhes poderá restituir o sentido verdadeiro”.

O episódio do “cego de nascença”, registrado por João, no capítulo nove, versículos um e dois,

não deixa a menor sombra de dúvida pairar sobre a insofismável realidade da reencarnação.

Seus discípulos Lhe perguntaram: “Rabi quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse

cego?” Ora, quando ia alguém pecar para nascer cego?! Não seria logicamente numa vida

anterior? Ao que sabemos, não existe nem na justiça imperfeita da Terra e muito menos na

imarcescível Justiça Celeste o que juridicamente é conhecido por resgate vicário, isto é, uma

pessoa pagar pelo crime de outra; logo os pais não podiam ser responsabilizados pela

cegueira do filho. Ademais, poderíamos formular milhares de questões, que se multiplicariam

ao infinito, as quais permaneceriam insolúveis sem a variável constituída pela pluralidade das

existências, ou seja, a reencarnação.

Não foi sem motivos que Jesus, em diversas ocasiões alertou: “veja quem tem olhos de ver;

ouça quem tem ouvidos de ouvir”; e engana-se fragorosamente quem julgar que tais axiomas

se reduzem a simples pleonasmos…

O Codificador do Espiritismo fecha a questão nos seguintes termos (3): “(…) em suma, como

quer que opinemos acerca da reencarnação, quer a aceitemos ou não, isso não constituirá

motivo para que deixemos de vivenciá-la, desde que ela exista, malgrado a todas as crenças

em contrário. O essencial está em que o ensino dos Espíritos é eminentemente cristão; apoia-

se na imortalidade da Alma, nas penas e recompensas futuras, na justiça de Deus, no livre-

arbítrio do homem, na moral do Cristo; logo, não é antirreligioso”, muito pelo contrário: dentre

os três pilares nos quais se ergue a Doutrina Espírita: Ciência, Filosofia e Religião, o mais

excelente é o pilar religioso; não por ser apenas mais uma religião, com casta hierárquica e

altares suntuosos para o culto da fé cega, mas uma Religião que realmente atende à finalidade

maior que é “religar” a criatura ao Criador, onde o altar é o coração escoimado de sujidades e o

templo é o Universo infinito, onde o Pai é adorado em “espírito e verdade”, sob o pálio da fé

raciocinada, que tem condição de “olhar a razão face a face em todas as épocas da

humanidade”.

Com razão Léon Denis afirma: “as reencarnações são os degraus pelos quais o ser se eleva e

progride”.

Para maiores e definitivos esclarecimentos recomendamos o filme intitulado: “Minha vida na

outra vida”, baseado em fatos insofismáveis e estrelado por Jane Seymour.

Rogério Coelho

Referências Bibliográficas:

(1) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap.

I, item 8;

(2) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap.

cap. IV, item 4 e 16;

(3) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 222.

Fonte: https://www.agendaespiritabrasil.com.br

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