O estudo deve constituir uma bússola para todos os médiuns
“A mediunidade com Jesus é a porta de libertação e medicamento
salutar, consolo poderoso e diretriz de segurança para todos nós,
encarnados e desencarnados, a serviço da Vida Maior.”
Dr. Bezerra de Menezes (1)
Afirma o nobre Médico dos Pobres (1) que “(…) de poucos recursos ou de alta potencialidade, a faculdade mediúnica colocada na ação do bem é portal luminoso em favor dos que marcham na direção do futuro melhor. Obviamente o estudo deve constituir uma bússola para todos os médiuns. Entretanto, a ação da caridade é-lhe a meta essencial.
O conhecimento do mecanismo da própria faculdade, bem como as técnicas para o seu sadio exercício devem constituir ponto de segurança no cometimento medianímico. Sem embargo, a vivência cristã, mediante correta conduta, espírito de solidariedade fraternal, o verbo edificante nos lábios, sem ironia e azedume, no exercício da misericórdia, constituem base para a segurança do médium e o êxito do ministério da mediunidade.
A prática mediúnica consciente é de relevante utilidade nos dias atuais, como o foi no passado e será no porvir. Graças à Revelação Espírita, no seu nobre compromisso do “Consolador”, surgiu a metodologia para o labor mediúnico que, convenientemente aplicada, resguarda dos perigos a que se expunham, no pretérito, os portadores desse abençoado instrumento de caridade e luz, propiciando-lhes saúde, discernimento e paz”.
Esclarece, ainda, outro ilustre filho do Ceará (2): “(…) assim como o mergulhador educa a respiração para descer às águas profundas, onde espera encontrar ostras raras, portadoras de pérolas incomuns, o médium tem o dever de disciplinar a mente, a fim de aprofundar-se no oceano íntimo e dali arrancar as preciosidades que se encontram engastadas na concha bivalve das aspirações morais e espirituais.
A mediunidade em si mesma não é boa nem é má, antes, apresenta-se em caráter de neutralidade, ensejando ao homem utilizá-la conforme lhe aprouver, desse uso derivando os resultados que acompanharão o medianeiro até o momento final de sua etapa evolutiva no corpo.
Às vezes, quando do aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios vários, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e doenças, ou mediante inquietações emocionais e psíquicas, por debilidade da sua constituição fisiopsicológica. Não é a mediunidade quem gera o distúrbio no organismo, mas a ação fluídica dos Espíritos que favorece a distonia ou não, de acordo com a qualidade de que este se reveste.
Por outro lado, quando a ação espiritual é salutar, uma aura de paz e de bem-estar envolve o medianeiro, auxiliando-o na preservação das forças que o nutrem e sustentam durante a existência física.
A educação ou desdobramento mediúnico objetiva ampliar o campo de realização paranormal, porquanto, através dos recursos próprios, tem a especial finalidade de instruir os homens, realizar a iluminação de consciências, facultar o ministério da caridade, pelas possibilidades que proporciona aos desencarnados em aflição de terem lenidos os sofrimentos, as mágoas, a ignorância…
Swedenborg, ao perceber a presença da mediunidade, cientista e culto, não tergiversou em estudar a faculdade e dedicar-se ao seu exercício, brindando a humanidade com valioso patrimônio de sabedoria, esperança e paz”.
Em outro momento, esclarece Vianna de Carvalho (3): “(…) todo aquele que consegue exercer a mediunidade com elevação, engrandecendo-se e alçando-a aos nobres cimos da vida, no cumprimento da gloriosa missão de ser instrumento do Divino Pensamento, alcança, na Terra, a excelência do mediumato.
Poucos discípulos da verdade se hão entregado com a necessária abnegação, graças à qual, ao largo do tempo, o homem se doa em espírito de serviço à humanidade, com tal renúncia de si mesmo, que ultrapassa a sua condição para lograr o apostolado mediúnico nos terrenos férteis da abnegação.
A princípio são os fortes apelos para a edificação pessoal, a plenitude psíquica e emocional, acalmando as necessidades materiais e superando as fraquezas delas decorrentes, para depois, experimentando as superiores satisfações do espírito, imolar-se por amor, na execução das atividades a que se sente convocado.
Nesse caminho atulhado de pedrouços, os desafios se sucedem ameaçadores ao mesmo tempo ferindo e macerando os audaciosos transeuntes que põem os olhos nas metas à frente e buscam alcançá-las. Não se trata de um empreendimento fácil ou de curto prazo, antes, de uma realização prolongada, na qual são enfrentados os perigos que procedem da inferioridade, que teima em permanecer, dominadora…
Definindo o rumo e aceito o compromisso, torna-se mais factível a vitória, ganhando-se, dia a dia, o espaço que medeia entre a aspiração e o objetivo.
No mediumato o servidor atinge o seu momento supremo, deixando de manter a personalidade dominadora, para que o Cristo nele se manifeste e habite, conforme declarou o médium de Tarso, na sua doação total à causa da Verdade: “Já não sou eu o que vivo, mas é o Cristo que vive em mim.”
Autor: Rogério Coelho Fonte: https://www.agendaespiritabrasil.com
Referências:
FRANCO, Divaldo. Compromissos iluminativos. Espírito Dr. Bezerra de Menezes. Salvador: LEAL, 1990, cap. 4.;
FRANCO, Divaldo. Médiuns e Mediunidades. Espírito Vianna de Carvalho. Niterói: Arte e Cultura, cap. 7.; e
FRANCO, Divaldo Pereira. Médiuns e Mediunidades. Espírito Vianna de Carvalho. Niterói: Arte e Cultura, cap. 30.