Há quanto tempo você não ri espontaneamente, não se diverte com leveza e
descontração sem precisar recorrer a um regulador do humor, uma bebida alcoólica, uma
ironia ferina e depreciativa, uma fofoca?
Há quanto tempo o siso, a contração facial, o ar de intelectual ou mesmo as
preocupações, as ansiedades e os medos substituíram aquele rosto jovial e aquele olhar
curioso e doce que encantava quem se acercava de você?
É possível parar e identificar em que momento seu riso se ocultou e se entranhou,
para em seguida iniciar a procura que possa restituí-lo ao lugar de onde nunca deveria ter
saído: o seu coração!
Se dançar resgata seu riso, dance!
Se cantar acorda seu riso, cante!
Se conversar acende seu riso, converse!
Se o silêncio aflora seu riso, silencie!
Se brincar desperta seu riso, brinque!
Se ler, escrever, dormir, beijar, namorar, viajar, fazer exercícios, permite que um
fluxo diferente de alegria seja renovado, se permita, se presenteie, crie essa dinâmica o
quanto antes e usufrua da alegria que anda guardada e esquecida dentro da alma. O
Apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos 1 menciona essa emoção básica de todo ser
humano.
Rir faz rejuvenescer, melhora a imunidade, liberta-nos de ideias fixas, afasta
perturbações, higieniza a mente.
Rir é plantar flores, colher fruta madura, tomar sol, andar descalço na terra ou na
areia, contar estrelas, deitar na relva, observar nuvens deixando a imaginação nos guiar, é
regar plantas, comer chocolate e tomar sorvete. É permitir que, apesar de todas as dores e
dificuldades, a vida possa, ao menos de vez em quando, nos fazer cócegas, revirando-nos
por dentro.
Tenhamos cuidado para que as responsabilidades cotidianas não nos tornem cegos,
surdos e mudos para a necessidade de rir, sorrir, gargalhar.
E que haja em nós, dentro do peito, um verso, um acorde, uma cor, uma paisagem,
uma singela história, uma rápida conversa, um abraço, um olhar, um versículo, uma
palavra que ao ser lembrada abra um arco-íris de alegria em nossos lábios mesmo que
com ele venha uma chuva de lágrimas, mas lágrimas renovadoras e fecundantes, lágrimas
de contentamento puro e verdadeiro, lágrimas que nos lavem e nos ajudem a virar a
página de qualquer tristeza cujo prazo de validade já tenha vencido e não tenhamos
percebido.
Ria quando quiser e o quanto puder!
Referência:
1. BÍBLIA, N. T. Epístola aos romanos. Português. O novo testamento. Tradução de
João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1966. cap.
11, vers. 12.
Autor: Cezar Braga Said
Fonte: mundoespirita.com.br