Mãezinha querida.
Sei que hoje serás reverenciada, com todas as Mães, em palácios festivos.
Tribunas luminosas serão erguidas para elogios públicos.
Entretanto, ansiava reencontrar-te, no templo do lar, que sustentaste com sacrifícios mudos.
Ouvi cânticos de profunda beleza, em louvor de teu nome, e atravessei larga fila de cartazes
que te recordam na rua, mas venho rogar-te a canção de simplicidade e doçura com que me
embalaste o berço.
Árvore generosa, que me abrigaste o ninho de esperança, ensina-me como pudeste resistir às
tempestades que te sacudiram os ramos! Estrela, que me clareaste os passos primeiros, entre
as sombras do mundo, conta-me o que fizeste para brilhar sem fadiga, na longa noite do
sofrimento!… Escutei muitos mestras e folheei muitos livros, no entanto, nenhum deles me
falou tão intensamente de Deus quanto a linguagem silenciosa dos teus beijos de ternura e as
letras divinas a transparecerem, inexplicadas, dos calos de trabalho que te marcam as mãos.
Associando-me às homenagens com que te honram lá fora, procuro inutilmente exprimir o
amor que me inspiras e busco, em vão, externar reconhecimento e alegria, porque as palavras
me desfalecem na boca…
Quero proclamar que és a rainha, de nossa casa e tento envolver-te a cabeça cansada com as
flores de meu carinho, contudo, vejo-te e coroa de lágrimas em forma de fios brancos e nada
mais consigo dizer senão que sinto remorso, pensando nas dores e nas aflições que te dei.
Sim, Mãezinha! Há banquetes de regozijo que te esperam a melodia da bênção, mas desculpa
se te rogo para ficares comigo no enternecimento do coração.
Traze o pão pobre e alvo que me davas na infância, guarda-me no teu colo e repete, de novo,
para que eu possa aprender:
“Pai nosso, que estás no Céu…”
Meimei.
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Foi muito bom conhecer essa Rádio. Parabenizamos a todos pelo excelente conteúdo.