A saúde é assim como a posição de uma residência que denuncia as condições do morador. A falta cometida opera em nossa mente um estado de perturbação, ao qual não se reúnem simplesmente as forças desvairadas de nosso arrependimento, mas também as ondas de pesar e acusação da vítima e de quantos se lhe associam ao sentimento, instaurando desarmonias de vastas proporções nos centros da alma, a percutirem sobre a nossa própria instrumentação.

A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência.

É assim que, muitas vezes, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos reflexos da vida interior.

Todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação. Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.

Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós mesmos. Em se derramando sobre o córtex encefálico, esses reflexos menos felizes produzem alucinações que podem variar da fobia oculta à loucura manifesta, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de alienação mental.

Assim, apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho somático os desvarios e as perturbações que lhe são consequentes.

¹ N.R.: XAVIER, Francisco C. Pensamento e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 19. ed. 4. imp. Brasília: FEB, 2016. cap. 15 – Saúde. (Transcrição parcial. Título modificado pelo Editor.)

Revista Reformador

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