Deus é justo e não erra, portanto os desesperos não se justificam
“O fardo do Espírito gravita na órbita de suas forças”
André Luiz
Nosso Pai Celestial não nos pede nada além das nossas forças e possibilidades. Não obstante, cumpre-nos multiplicar os talentos que recebemos. Não importa que o irmão ao nosso lado esteja mais bem aquinhoado; o que conta, realmente, é o emprego útil e, consequentemente, a multiplicação dos talentos inerentes a cada um.
A palavra “provação” sofreu um desgaste que a tornou sinônimo de sofrimento. Mas, embora o sofrimento faça parte dos percalços existenciais, não podemos ver nas provações somente desaires.
Segundo Isabel Cintra “o fogo redime e purifica, na maior parte das vezes”. Portanto, o buril divino haverá de ferir-nos de forma construtiva, visando sempre a retirada das arestas indesejáveis que oneram nossa economia espiritual.
Aires de Oliveira (Espírito) desvela-nos a provação sob outro prisma, completamente diferente do usual e que poucas pessoas perceberam, chamando-a provação benemérita:
“(…) As provas mais elevadas da Terra não são aquelas que a dor tem habitualmente consigo, arrasando muitas vezes os corações desprevenidos e invigilantes. Cada momento de socorro aos semelhantes, no capítulo da bondade e da tolerância é realmente glorioso minuto de prova benemérita, no qual poderemos desenvolver nossa capacidade máxima de assimilação do Evangelho Salvador.”
A misericórdia divina não permite seja colocado fardo pesado em ombros fracos; logo, tudo que vivenciamos na área das vicissitudes está perfeitamente ajustado às nossas possibilidades de equacionamento. Deus é justo e não erra, portanto, os desesperos e descoroçoamentos não se justificam.
No capítulo das provações, pincemos alguns conceitos de Joanna de Ângelis pela mediunidade de Divaldo Pereira Franco:
“(…) consoante as lições do Espiritismo, que te aclaram as razões antes ignoradas da aflição e da angústia, respeita, na provação, o clima de luz necessário à própria felicidade.” (1)
“Fita a madrugada do dia nascente e segue a rota dos que avançam, encorajados, abrindo os caminhos, para que os teus pés te conduzam ao porto ditoso da paz última e da felicidade real, vencidas as provações que escolheste antes.” (2)
“Rearticula, após cada provação, as forças que te sobrem e confirma os propósitos superiores que te animam, reiniciando o trabalho do amor interrompido, que triunfará por fim.” (2)
“Das mais duras provações sempre resultam benefícios valiosos para o Espírito imortal.” (3)
“Prova constitui técnica de valorização dos bens adquiridos nos empreendimentos do caminho humano.” (3)
“Se te defrontas em campo de prova sob uma ou outra imposição psíquica ou física, espera o amanhã.” (4)
“Provas e expiações de qualquer monta são necessidades elaboradas por nós próprios, a fim de repararmos as faltas cometidas, encontrando na dor que se deve superar os recursos valiosos para a libertação dos gravames inditosos e a paz da consciência.” (4)
Aduz o Espírito de Verdade (5):
“venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois que também a todos que sofrem resignadamente, sem revoltas e com confiança em Deus, os anjos consoladores virão enxugar as lágrimas”.
Há que se confiar – irrestritamente – em Jesus, aceitando-Lhe o convite (6):
“vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas Almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.”
Rogério Coelho
Referências Bibliográficas:
(1) FRANCO, Divaldo. Espírito e vida. 2.ed. Salvador: LEAL, 1978, p. 163;
(2) FRANCO, Divaldo. Lampadário espírita. 2.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1971, p.p. 93 e 179;
(3) FRANCO, Divaldo. Florações evangélicas. 4.ed. Salvador: LEAL, 2000, p. 65 e 117;
(4) FRANCO, Divaldo. Após a Tempestade. 3.ed. Salvador: LEAL, 1985, p. 39 e 64;
(5) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. VI, item 4; e
(6) Mateus, 11: 28 a 30.
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