Com o avançar dos séculos e o progresso da Humanidade, os Benfeitores vêm refinando suas lições, atendendo aos muitos corações pacificados que anseiam por desenvolver seus valores espirituais.
Vivenciando, com o próprio suor, vários ciclos de reencarnação, os mensageiros do Cristo conquistaram o senso prático, indo diretamente aos pontos essenciais, ajudando a todos os que têm interesse em agregar valor à própria alma.
Vive-se novos tempos, a sociedade avança, o que virá não se sabe; soa prudente evitar velhos erros.
A lição intitulada “Falar”, no capítulo 26 do “Livro da Esperança” (ed. CEC), de autoria do Espírito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, apresenta orientações quanto ao modo apropriado de falar, e como se conduzir diante de alguns temas.
Repetindo, por automatismo, padrões de épocas mais rudes, as pessoas falam de assuntos impróprios ou de maneira inadequada, sem pensar, ferindo e sendo feridas, muito menos por maldade do que por vício. Por isso, há o que ser alertado e há o que ser corrigido.
Esse apanhado está muito longe de substituir o texto original; necessário lê-lo na íntegra, numa leitura desprovida de pressa, pois é lá que se encontram a beleza e a energia trazidas pelo autor. Trata-se aqui de um resumo orientativo, que tem o intuito de chamar a atenção para o tema.
Diz Emmanuel: “Quando falamos, construímos”. O autor quer nos levar a compreender a força da palavra e o seu poder de impulsionar ou transformar os acontecimentos. Essa força é ainda muito desprezada e o espírito da lição é o de reverter tal desprezo.
Alguns assuntos precisam ser evitados, outros devem ser falados, e a toda hora circunstâncias precisam ser modificadas com as palavras certas.
Seguindo algumas regras práticas, verdadeiros milagres acontecem.
EVITE:
– Todo assunto relacionado com “mágoas”. As feridas precisam ser cicatrizadas e, por isso, não devem ser continuamente reabertas.
– Falar de “doenças”, assunto que traz lamentações, que vitimiza, quando, na verdade, cada um tem na própria debilidade exatamente o que merece e precisa.
– Falar de “pesadelos” e de “profecias aterrorizantes”. Sem nada agregar de útil, tem o efeito negativo de alarmar e intranquilizar as pessoas.
– Qualquer comentário com “impressões infelizes”, tanto sobre pessoas quanto sobre circunstâncias. Tal esforço já constitui um grande progresso, pois é o combate a um vício secular.
– Falar sobre o mal, ou se queixar, ou ainda emitir comentários maliciosos; em todos os casos, cria-se campo de sintonia com as faixas inferiores da espiritualidade. Quando notar que foi envolvido por algum desses temas que aprisionam a alma em sentido contrário ao progresso espiritual, retire-
se do assunto com rapidez ou, como diz o autor, “seja tão breve como quem tira um espinho”.
FALE:
– Sobre a Bondade de Deus.
– Da alegria que é viver.
– Sobre a Natureza e suas belezas.
O relacionamento não é um contato superficial e despretensioso. Constantemente é provocado pela intervenção do mundo espiritual, com intuito de alterar o contexto das necessidades humanas; por isso, sempre sustente a percepção elevada da vida.
Emmanuel tece algumas recomendações como um roteiro emergencial, muito útil no atendimento fraterno ou no próprio dia a dia.
DIANTE:
– Do desespero: fale consolando, sem desconsiderar a dor.
– Da penúria: fale da riqueza do Reino de Deus.
– Do lance difícil: mude o ângulo da conversa para o de encorajamento e esperança.
– Dos que tombam moralmente: trate de maneira piedosa, de modo idêntico ao tratamento dado aos que tombam nas ruas.
– Dos que precisam ser advertidos: reprima, se é seu dever, mas fale sem agressividade e cólera.
– Da indignação justa: dose seu comentário.
Ensina-nos o referido texto: quando a sombra lhe chamar, não aceite, pense sempre que a noite já passou e o sol está lhe convidando para novas oportunidades. Deixe sua palavra iluminar e lhe mostrar o caminho a seguir. Com a luz proveniente do seu falar, a compreensão e a harmonia estarão presentes.
E conclui o Benfeitor: “O Cristo edificou o Evangelho não somente agindo, mas conversando também.”
George Abreu de Sousa
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