Estamos chegando ao final de mais um ano – 2020 – diante de tantas oportunidades de transpor desafios e de buscar o aprimoramento moral e espiritual. Tempo de reflexão e de balancete.
Trata-se de um ano completamente marcado, no âmbito mundial, pelas crises envolvendo a pandemia, causada pelo surto da covid-19; e outras, a exemplo dos preconceitos alusivos à etnia, ao gênero, à sexualidade, à desigualdade social, dentre outros.
Um cenário de intolerância, uma verdadeira falta de empatia, principalmente através das redes sociais, onde as opiniões e as escolhas do próximo são atacadas, sem piedade, com pedradas virtuais, que surtem efeitos negativos nas relações interpessoais e se multiplicam na convivência cotidiana e nas instituições políticas, religiosas etc.
Do exposto, como estamos nos situando diante dessa problemática toda? Será que estamos nos envolvendo e nos deixando ser levados pela onda de intolerância destes tempos atuais? Ou estamos nos posicionando como cidadãos autônomos, com conhecimento de si mesmo e das leis naturais, promovendo a calma nos relacionamentos interpessoais e fazendo a diferença, mostrando e divulgando a face da pacificação?
Estamos em tempo de reflexão e de balancete. Oportunidade para sentirmos o clima dos acontecimentos, refletirmos e fazermos uma análise da realidade e da nossa participação, como cidadão espírita, diante da mesma.
Logo, a título de sugestão, possamos trazer, diariamente, para nós o exemplo de Santo Agostinho, na questão 919 de O Livro dos Espíritos, em seus ensinamentos, um exercício de autoconhecimento para o enfrentamento das crises destes tempos atuais, vejamos:
“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar…”
Que esses questionamentos possam ser feitos, todos os dias, por nós mesmos, à nossa consciência, sobre a nossa conduta diante dos tempos de crises pelos quais estamos passando. Se não estamos faltando a algum dever para com a pacificação social e se não estamos dando motivos a queixas, em relação à nossa conduta neste contexto de crises diversas.
2020 está chegando ao final. Passamos por muitas oportunidades de aprendizado moral. Convivemos com as perdas e com as frustrações; e, por outro lado, abrimos janelas para o autoconhecimento e para o conhecimento do porquê e do para quê dos acontecimentos da vida.
Portanto, possamos elaborar o nosso balancete, cada qual em particular, expondo na consciência o quadro demonstrativo, contendo o ativo e o passivo, bem como o saldo da nossa participação na sociedade, nas resoluções de conflitos e como pacificadores que devemos ser.
Yé Gonçalves
www.agendaespiritabrasil.com.br.