“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois,
firmes e não vos submetais de novo a jugo de servidão.”
— Paulo (Gálatas, 5:1)

Através de seus ensinos e exemplos inesquecíveis, Jesus, há dois mil anos, indicou o caminho para a conquista da nossa liberdade, porque:

Ele não foi prisioneiro de posições transitórias ligadas ao poder, ao dizer que o seu reino não pertencia a este mundo.

Ele não usou de sua autoridade moral para condenar as faltas alheias, desta forma, não se tornou cativo de futuras expiações, estas, surgem para todos aqueles que se conduzem como juízes cruéis. Sempre perdoou a multidão dos nossos pecados.

Ele não esteve preso aos bens materiais. Não possuía nenhuma propriedade, tampouco animais de criação, e mais, mal tinha uma pedra para recostar a cabeça. Suas vestes eram simples e sem adornos. Os calçados, rústicos e modestos.

Ele não se deixou acorrentar pelos prazeres e desejos da alimentação abundante e requintada. Sempre se alimentou de forma simples e moderada.

Ele não se encarcerou à vaidade, considerando seus profundos conhecimentos sobre as leis eternas e de sua intimidade com o Criador, sempre submetendo-se à vontade Dele.

Ele não se algemou ao egoísmo. Partilhou tudo que sabia com aquele povo sofrido e ignorante, dividindo também o pão de cada dia.

Ele jamais expressou-se de forma ríspida, violenta ou subversiva, sempre ensinando que é melhor se sujeitar, do que ofender. Agia sempre com humildade e simplicidade, não se deixando capturar pelo uso da lei do mais forte. Submisso, aceitou o veredito de César. Conformado, deixou-se crucificar, obediente às Leis do Pai.

Ele nada exigiu de seus amigos e seguidores, mesmo sabendo-os vacilantes e com pouca fé, deixando-os livres para agir conforme o entendimento particular de cada um. Livre, Judas Iscariotes o entregou aos inimigos do Sinédrio, arrependendo-se mais tarde. Livre, Pedro o negou, para logo lamentar.

Ele agia e vivia segundo as virtudes das criancinhas: honestidade, sinceridade e a meiguice. Assim, não se amarrava à mentira, desconfiança e maledicência.

Se os cristãos se deixassem envolver, incondicionalmente, pelos ensinos do Rabi, o Mundo seria outro, estaríamos experimentando agora as doces alegrias do Céu, embora ainda vivendo na Terra.

Não nos permitamos o retorno íntimo ao domínio das paixões, uma vez libertos de seus múltiplos e tentadores tentáculos.

Diante de tão significativos exemplos, os seguidores do Cristo, em se encontrando libertos, deveriam manter e guardar esta liberdade a qualquer custo, mesmo da própria vida, cumprindo seus deveres e obrigações, sem reclames e contestações.

Só alcança a verdadeira liberdade quem atende aos próprios compromissos que a vida, continuamente, solicita e impõe.

Rogério Miguez

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