Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, sem ciência. Com aptidão tanto para o bem quanto para o mal. Mas deu, também, o livre-arbítrio. 

A cada um foi dada determinada missão com o fim de esclarecê-los e fazê-los alcançar, progressivamente, a perfeição para o conhecimento da verdade e para aproximá-los Dele. A felicidade eterna e pura é para aqueles que alcançaram essa perfeição. 

Os Espíritos adquirem esses conhecimentos, passando pelas provas que Deus lhes impõe. Alguns aceitam essas provas com submissão e alcançam mais rapidamente o fim de sua destinação. Outros não as suportam senão murmurando e, por suas faltas, permanecem distanciados da perfeição e da felicidade prometida.

Os Espíritos se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para uma ordem superior.

Todos se tornarão perfeitos. Uns mais cedo outros mais tarde, dependendo do seu desejo e submissão à vontade de Deus. À medida que avançam, compreendem o que os distancia da perfeição. 

Quando o Espírito finda uma prova, fica com o conhecimento que não esquece mais. Podem permanecer estacionários, mas não retroagir.

A classificação dos Espíritos baseia-se sobre o grau de adiantamento, sobre as qualidades que adquiriram e sobre as imperfeições das quais devem ainda se despojar.

Os Espíritos admitem três grandes divisões. Na última estão os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o Espírito e pela inclinação ao mal. Os da segunda são os bons Espíritos e caracterizam-se pela predominância do Espírito sobre a matéria e pelo desejo do bem. A primeira compreende os Espíritos puros, aqueles que alcançaram o supremo grau de perfeição.


TERCEIRA ORDEM – ESPÍRITOS IMPERFEITOS:

 Predominância da matéria sobre o espírito. Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as más paixões que lhes são consequência.

Tem a intuição de Deus, mas não O compreendem.

Não são todos essencialmente maus. Alguns tem mais de irreflexão e de malícia do que verdadeira maldade. Uns não fazem nem o bem e nem o mal, porém, só pelo fato de não fazerem o bem, denotam a sua inferioridade. Outros se comprazem no mal e ficam satisfeitos quando encontram oportunidade de fazê-lo. 

Os seus conhecimentos sobre as coisas do mundo Espírita são limitados e o pouco que sabem se confunde com as idéias e os preconceitos da vida corpórea.

O seu caráter se revela pela linguagem.

Veem a felicidade dos bons e isso, para eles, é um tormento, pois experimentam todas as angústias que a inveja e o ciúme podem produzir.

Pode-se dividi-los em 5 classes principais: 

- Espíritos Impuros: são inclinados ao mal e fazem dele objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos desleais, fomentam a discórdia, a desconfiança e se mascaram de todas as formas para melhor enganar. Ligam-se aos homens de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de retardarem o seu progresso e fazê-los sucumbir nas provas por que passam.

Quando estão encarnados, são inclinados a todos os vícios que engendram as paixões vis e degradantes. Fazem o mal pelo prazer de fazê-lo. São flagelos para a Humanidade, qualquer que seja a categoria social a que pertençam.

- Espíritos Levianos: são ignorantes, maliciosos, inconsequentes e zombeteiros. Comprazem-se em causar pequenos desgostos e pequenas alegrias, induzindo maliciosamente ao erro por meio de mistificações e travessuras. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente designados sob os nomes de gnomos e duendes.

- Espíritos Pseudossábios: seus conhecimentos são bastante amplos, mas crêem saber mais do que realmente sabem. Tendo progredido em diversos pontos de vista, sua linguagem tem um caráter sério que pode iludir sobre as suas capacidades e a sua iluminação interior. Se percebe a presunção, o orgulho, a inveja e a obstinação das quais não puderam se despir.

- Espíritos Neutros: não são nem muito bons para fazerem o bem, nem muito maus para fazerem o mal. Apegam-se às coisas deste mundo.

- Espíritos Batedores e Perturbadores: podem pertencer a todas as classes da terceira ordem. Manifestam sua presença por meio de efeitos sensíveis e físicos, tais como pancadas, etc. Parecem ser, mais do que outros, agarrados à matéria. 


SEGUNDA ORDEM – BONS ESPÍRITOS:

Predominância do Espírito sobre a matéria. Desejo do bem. Suas qualidades e seu poder em fazer o bem estão relacionados com o adiantamento que alcançaram: uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Compreendem Deus e o infinito e já desfrutam da felicidade dos bons. 

Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os homens do caminho do mal. Quando encarnados, são bons e benevolentes para com os semelhantes. 

A essa ordem estão os Espíritos designados sob o nome de “gênios bons, gênios protetores e Espíritos do bem”.

Pode-se classificá-los em 4 grupos:

- Espíritos Benevolente: sua qualidade dominante é a bondade. Seu progresso é mais efetivo no sentido moral do que no intelectual.

- Espíritos Sábios: são os que se distinguem pela extensão dos seus conhecimentos.

- Espíritos de Sabedoria: caracterizam-se pelas qualidades morais da natureza mais elevada.

- Espíritos Superiores: reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Quando, por exceção, encarnam sobre a Terra, é para cumprirem missão de progresso.


PRIMEIRA ORDEM – ESPÍRITOS PUROS:

Não sofrem influência da matéria. Tem superioridade intelectual e moral absoluta em relação aos Espíritos das outras ordens. Possuem a classe única – percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Não tem mais que suportar provas ou expiações. Possuem uma inalterável felicidade, mas essa felicidade não é a de uma ociosidade monótona a transcorrer numa contemplação perpétua. São os mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam todos os Espíritos que lhes são inferiores, assistindo aos homens em suas aflições. São designados sob os nomes de anjos, arcanjos ou serafins.


Com o auxílio deste quadro torna-se mais fácil determinar a ordem e o grau de superioridade ou inferioridade dos Espíritos com os quais podemos entrar em comunicação e , consequentemente, o grau de confiança e de estima que merecem.

Referência: 

O Livro Dos Espíritos – Livro Segundo – Cap. I.


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