Mas, quem beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede; ao contrário, a água que eu lhe der se tornará, nele, uma fonte de água jorrando para a vida eterna”.  (JOÃO 4:14)

 

            A passagem evangélica acima narra a viagem efetuada pelo Doce Rabi e seus discípulos, partindo da Judéia para a Galileia utilizando caminho pouco convencional na época. Escolhera Ele o caminho que passava pela cidade samaritana.

 Ressalte-se que tendo em vista a rivalidade existente entre samaritanos e judeus, estes últimos evitavam transitar pela Samaria com receio de sofrerem algum ataque ou represália. Por isso, escolhiam outro caminho mais longo, porém mais seguro, tendo em vista os ânimos exaltados entre os dois povos. Entretanto, Jesus decide pelo caminho mais curto, porém mais perigoso, cruzando aquela cidade.

 

O Encontro Com A Mulher Samaritana no Poço de Jacó

 

            Lá chegando, atingiram o poço de Jacó na hora sexta (meio-dia), quando os discípulos se separaram de Jesus para conseguir suprimentos na cidade e o Mestre os aguardava descansando próximo à fonte. Narra o Espírito Amélia Rodrigues, pela psicografia de Divaldo Franco  no Livro Primícias do Reino, que a jornada fora longa, cerca de 50 (cinquenta) quilômetros.

Sozinho,   Jesus se depara com uma mulher segurando um vaso para pegar água na fonte. Pede a ela, então, água para beber. A mulher, denominada por alguns historiadores com o  nome de Fotina, estranha a atitude de um judeu, pois era costume entre estes não conversar com mulheres, ainda mais as samaritanas.  Ela respondeu: - “Como tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”. Jesus então lhe responde: — "Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é o que te diz: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.".

A mulher acreditava que o Mestre se referia à sede orgânica. Jesus então lhe esclarece que todo aquele que bebesse da sua “água” nunca mais teria sede, referindo-se assim, a questões eternas.

Narra o Evangelista que a esta altura os discípulos retornaram e se escandalizaram-se com a conversa de Jesus e aquela mulher. Ela então se afasta e retorna à cidade alardeando ter encontrado o Messias e ter ouvido a Boa Nova. Jesus permanece na cidade por mais dois dias, curando e evangelizando.

 

A Saciedade Espiritual

 

            Jesus retrata neste ensinamento, a importância e prioridade que devemos dar ás questões espirituais, aos chamados bens eternos. Ele fez uma analogia e mais uma vez se utilizou de uma metáfora, um sentido figurado para dar um ensinamento para toda a Humanidade.

             Não queria que nos tornássemos negligentes em relação aos cuidados que devemos ter em relação à alimentação ou outras necessidades materiais do corpo físico. Vem, entretanto, nos alertar que de alguma maneira possuímos “uma sede”, a espiritual.

             E toda vez que nosso espírito não estiver “alimentado” da Boa Nova, dos bens eternos, podemos equivocadamente achar que  através dos desregramentos e excessos — como por exemplo, da alimentação, do sexo, e do vício do alcoolismo, entorpecentes, assim como das demais imperfeições morais como a maledicência, vaidade, orgulho, egoísmo, etc, — encontraremos esta saciedade.

Assim, precisamos nos encontrar verdadeiramente com a Lei Divina e a compreendermos, identificando nos ensinamentos do Mestre Jesus guia infalível para este encontro e compreensão.

            Assim, não seremos como a mulher da Samaria, que várias vezes ao dia, precisava encher o vaso com água para saciar a sede. Jesus usa esta metáfora para nos alertar sobre a “alimentação” espiritual através do Cristianismo, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida, e ninguém irá ao Pai senão por Ele, e só assim libertar-nos-emos da “sede” que representa nossas imperfeições morais.

 

Bibliografia

Dias, Haroldo Dutra. João, capítulo 4, O Novo Testamento/tradução de Haroldo Dutra Dias. – 1. Ed. 2. Imp. – Brasília: FEB, 2013.

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