Quantas vezes você já ouviu alguém afirmar: No meu tempo é que era bom...; na minha infância tal coisa era melhor ou não se fazem mais as coisas como antigamente...?
Possivelmente, tenha reagido com dúvida quanto às maravilhas ou excelências desse tempo passado, tão diferente, tão melhor.
Por outro lado, pode ter-se mostrado com dúvidas diante de tanta coisa boa do passado, quando depara com criaturas tão difíceis, complicadas ou negativas no presente.
O que é importante para se refletir é que todo o tempo traz coisas grandiosas e maravilhosas em seu seio, tanto quanto apresenta coisas negativas e lamentáveis.
Assim, não há porque enaltecer o passado e menosprezar o presente, quando encontramos belezas e feiuras num e noutro tempo.
O que caracteriza determinada época são os indivíduos nela renascidos, o que eles realizam e como suas realizações influenciam a sociedade em que vivem, ou mesmo o mundo.
O tempo de Jesus também foi o de Herodes, de Pilatos e de Barrabás.
Enquanto o Divino Mestre semeou luz, amor e paz, a criminalidade foi o legado dos demais: o homicídio, a viciação e a covardia moral.
A época em que viveu Adolfo Hitler, também foi o tempo de Mohandas Gandhi e de Madre Teresa.
Uma determinada coisa não é boa por ser antiga, nem é má por ser atual.
Bom é que saibamos aproveitar as coisas boas, sejam do passado ou do presente.
Aprendamos a rechaçar a impostura negativa de ontem como a de agora, evitando apegos indevidos a tradições retrógradas e perturbadoras, ou a inovações descabidas e às vezes criminosas.
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A nostalgia descreve uma sensação de saudades de um tempo vivido, frequentemente idealizado e irreal.
Ela surge a partir do sentimento de não poder mais reviver certos momentos da vida.
Quando ela se desenvolve como um relembrar feliz, otimista, que coloca luz no coração, ela será sempre saudável.
Porém, quando descamba para o estado depressivo, negativo, de não conseguir mais voltar no tempo e viver aquele momento de novo, ela passa a ser nociva.
As pessoas que vivem no passado são comumente tristes e deixam de aproveitar o que a vida tem a oferecer agora, no tempo presente.
Reviver o passado é bom quando se tem o objetivo de aprender com os erros e com os acertos.
Reviver o passado é ruim quando a intenção é a fuga da realidade.
Assim, reflitamos muito antes de voltar a dizer: No meu tempo é que era bom.
Qual é o nosso tempo? O de ontem, que não volta? Ou o de agora, quando ainda temos chances de transformar, de refazer, de mudar?
Passado não existe mais. Futuro não existe ainda. Entre a inexistência desses dois tempos, o que nos resta, senão bem viver o agora?
Pensemos nisso já.
Redação do Momento Espírita, com citação do cap. 9, do livro
Ações corajosas para viver em paz, pelo Espírito Benedita Maria,
psicografia de Raul Teixeira