Também conhecido por obras de caridade, Franco psicografa livros: ele já vendeu 8 milhões de cópias (Alexsander Ferraz/AT)

“Feliz é quem ama. Só há uma resposta para o grande problema da humanidade: amar”. Quem diz isso é o médium Divaldo Franco, que esteve em Santos, no sábado (28), para uma palestra que lotou os salões do Mendes Convention Center. Além de espiritismo, ele falou de saúde, relacionamentos e preconceitos.

Franco, de 92 anos, é considerado o maior divulgador da doutrina espírita na atualidade. São mais de sete décadas dedicadas à mediunidade e à caridade. A vida e a obra do médium são retratadas no filme Divaldo, o Mensageiro da Paz, que estreou no último dia 12 em todo o país.

“Somos pessoas atormentadas pelo vazio existencial, que nos vem conduzindo ao abismo da melancolia, depressão ou transtorno bipolar depressivo da afetividade, como anunciam os técnicos. E, como consequência, ao suicídio”, destacou. 

Esse vazio, segundo ele, é causado por dramas emocionais, conflitos sexuais, abandono e fatores espirituais. “Ninguém tem o direito de matar e nem matar-se. A lei de Deus é vida, e as dificuldades são desafios para o progresso. Essa é a grandeza da doutrina a que me reporto”.

Ainda sobre o espiritismo, ele contou passagens da sua vida. Aos que perderam entes queridos, proferiu palavras de conforto e falou na importância do choro no processo de luto. “A morte não transforma demônios em anjos, nem pessoas em santos. Cada um desperta ao dormir”.

Ao abordar o predomínio da intolerância, Divaldo Franco abordou a empatia e o preconceito com diferenças. “Reprovável é a maneira de o indivíduo conduzir-se de qualquer forma, mas, se o indivíduo se respeita, respeita o próximo e tem a sua ética, ele tem direito de viver, de ser feliz. Não tem direito de ficar no armário, suicidar-se, enlouquecer por preconceitos banais. Nós devemos respeitar o direito que a vida nos dá, a cada um de nós. Respeitar, amar a pessoa e não, falsas peculiaridades em que nós atribuímos dignidade ao sexo anatômico, mas não ao sexo moral”.

Bem-humorado, o médium também falou sobre relacionamentos. E deu dicas ao público. 

“Quando nós queremos conquistar uma pessoa, meu Deus, ficamos uns anjinhos. A pessoa logo se apaixona. Todos nós nos apaixonamos pela aparência. Quem quiser se casar fique, pelo menos, um mês comendo sal com o indivíduo masculino ou feminino. Aí, a partir de um mês, a máscara vai desmanchando, porque ela é de cera. Ninguém aguenta ficar mascarado o tempo todo, faz muito calor, e a pessoa se revela. Vai ficando irritada, um pouquinho impaciente. Pensar que já conquistou e, agora, não precisa trabalho... É aí que se perde quem conquistamos O difícil não é conquistar, é manter. Tem que ser autêntico”, observou.

Caridade

A maior obra do médium é a Mansão do Caminho, em Feira de Santana (BA). Cerca de 6 mil pessoas são atendidas todo dia. Outras 3 mil vivem no local com centenas de filhos registrados por Franco.

Os mais de 250 livros psicografados por ele já venderam 8 milhões de exemplares. O dinheiro dessas obras foi doado a instituições filantrópicas.

Fonte: A Tribuna 

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